segunda-feira, 31 de março de 2008

Brincando ao governos...

O ministro das Finanças sabe que está a correr elevados riscos com a decisão de baixar o IVA na actual conjuntura de elevada incerteza sobre a evolução da economia. Está a criar expectativas que pode não conseguir satisfazer lançando Portugal na sua terceira crise orçamental. Ninguém o deseja, mas o Governo aumentou o risco de isso acontecer. (...)

A redução do IVA não tem efeitos de expansão na economia e é perigosa para o caminho de redução do défice público. Porque decidiu então o Governo fazer isto? Sim, há eleições que se aproximam, há esperanças num futuro melhor que é preciso criar depressa. Estamos a arriscar mais uma crise orçamental para o PS manter o poder?

Helena Garrido
Jornal de Negócios
31/3/2008

domingo, 30 de março de 2008

Habilidade de Manuel Pinho


O Mestre tem criado excelentes Discípulos.

Tanto na questão da Universidade Independente como no problema das assinaturas de favor de projectos arquitectónicos na Beira Interior, os desmentidos de Sócrates que nada desmentiram basearam-se quase invariavelmente em artifícios de linguagem.

Do que ouvi hoje na TSF, Manuel Pinho fez o mesmo relativamente às graves denúncias de António Borges.

Não negou que o tivesse chamado António Borges ao seu gabinete. Disse que não se lembrava de ter falado com ele.

Não negou que o governo tivesse deixado de recorrer aos serviços da Goldman Sachs. Disse que o Governo não recorreu à consultadoria externa preferindo usar os meios próprios da administração pública.

Não negou que tivesse exigido que António Borges se retratasse. Disse que já não fala com ele há muito tempo.

Não afirmou que António Borges mentiu. Disse que estranhou que um banqueiro, ao contrário do que é habitual nos banqueiros, não guardasse reserva e fosse recordar uma assunto passado já há alguns anos.

Manuel Pinho pode não ter sido bafejado pela prosopografia. Mas habilidades retóricas não lhe faltam para iludir a verdade.

Tem tido um bom mestre, que o discípulo não deslustra em artifícios e tergiversações.

O «erro de casting»


A dimensão do desespero do poder socratino pode medir-se claramente tanto pelo número de artigos ultimamente surgidos nos jornais em desagravo da política educativa de José Sócrates e da sua ministra Maria de Lurdes Rodrigues, como pela estatura dos seus autores.

Os mais inesperados surgiram ontem no Expresso e hoje no Público pela mão de Guilherme Valente, o Director da Gradiva, editora que vários livros publicou em denúncia do famigerado Eduquês.

O autor, por razões que ele próprio conhecerá e que nós só parcialmente vislumbramos, apesar de ser um feroz crítico do Eduquês consegue ver nos acanhados horizontes de Sócrates um projecto de reforma educativa que visaria extirpar esta perniciosa ideologia.

Ao contrário do que Guilherme Valente pensa ou tenta fazer crer, José Sócrates é ele próprio um paradigma deste sistema educativo alicerçado no facilitismo e na obtenção, sem qualquer esforço ou competência, dos mais diversos tipos de diplomas.

Das Novas Oportunidades às licenciaturas à Bolonheza, o sistema educativo português, no estádio final de aperfeiçoamento a que chegou ao fim de três décadas, é a imagem do seu próprio finalizador: José Sócrates

Aflitos com os resultados das sondagens, bem podem propalar que a Ministra da Educações foi traída pelos ideólogos do Eduquês ou até por dois secretários de estado canhestros, e desculparem-se com um alegado «erro de casting».

A política educativa que Maria de Lurdes pôs em prática é exactamente a que José Sócrates idealizou, tanto nos seus objectivos de mera propaganda de sucessos forjados como na estratégia de ataque aos professores para obter o apoio dos pais.

Se houve «erro de casting» foi o do Primeiro-Ministro: uma criatura incompetente e sem nenhuns escrúpulos, tanto na sua vida privada como no exercício da acção governativa!...




Socratinadas blogosféricas

Paulo Guinote, d' A Educação do meu Umbigo, acaba de se queixar de certas movimentações ocorridas à volta e dentro do seu blogue.

Não é a primeira vez que os autores de blogues desalinhados com o poder socratino se queixam e protestam.

A Central de Informações socratina funciona assim, à imagem e semelhança do seu Mestre e Mentor.

O espírito é o mesmo que leva a polícia a vigiar sindicatos e escolas, que leva o MAI a enviar informadores para junto dos alunos, que tenta remover vídeos do Youtube, que cria blogues para defesa da política do Governo ou que encomenda a título gracioso ou oneroso artigos em defesa da política educativa para serem publicados nos jornais.

É a verdadeira alma de Sócrates, cujo estado de perversidade não se consegue esconder por mais elaborados que sejam os disfarces...


Melhor solução do que a transferência de escola.

Retaliações socratinas ou estados sem alma...



Toda a entrevista de António Borges tem grande interesse não só pelos seus conhecimentos de economia e de finanças, como pela questão da sua sebastiana ascensão à liderança do PSD.

Transcrevemos apenas uma pequena parte que mostra os verdadeiros estados de alma escondidos de Sócrates e do seu ministro Manuel Pinho...



QUARTO BLOCO – MANUEL PINHO

É verdade que, pelo facto de trabalhar na Goldman Sachs (GS), o Governo, por indicação do ministro da Economia, Manuel Pinho, penalizou o banco em Portugal?
Não foi por eu lá estar, mas por eu ter uma intervenção política relativamente activa.

Pode concretizar?
Os factos são o que são. Em 2005, fui ao Congresso do PSD e apresentei uma moção onde me disponibilizei para ajudar o PSD a ter uma oposição mais activa em relação ao Governo. O congresso teve lugar no fim-de-semana e na segunda-feira, logo de manhã, fui chamado ao gabinete do ministro Manuel Pinho que me comunicou que todos os contratos com a Goldman Sachs estavam cancelados a partir daquele momento.

O ministro -lo pessoalmente?
Exactamente.

É uma declaração grave.
O Governo tem sempre a opção de cancelar os contratos quando quiser.

Qual foi a explicação dada?
De que queriam renovar as equipas que trabalhavam para o Governo.

Quais eram os montantes dos contratos?
Eram contratos importantes que vinham detrás e que tinham sido celebrados, nomeadamente, para ajudar à reestruturação do sector energético. Os contratos viriam a ser retomados por outros bancos de investimento. Normalmente até teríamos em termos contratuais uma série de direitos que foram rapidamente postos de lado.

Como é que se sentiu na GS? Como tendo sido a causa da perda do negócio?
Claramente.

Alguém lhe chamou a atenção?
Não. Julgo que há uma consciência nos bancos de investimento internacionais de que quando se trabalha para Governos se correm riscos políticos.

Foi o único sinal de retaliação do Governo?
Há cerca de dois anos atrás, quando houve a mudança de presidência na EDP, uma empresa que eu conhecia bem, numa intervenção pública manifestei a minha oposição à maneira como as coisas foram conduzidas. Nessa altura houve da parte do Governo uma intervenção absolutamente extraordinária porque exigia uma apresentação de um pedido de desculpa pelas minhas palavras, com a implicitação evidente de que, caso contrário, nunca mais haveria trabalho para a GS em Portugal. Aliás, como nunca mais houve.

Público
30/03/2008



Depois do «animal feroz»



Agora que o Animal Feroz sucumbiu;

Agora que o aprendiz de ditador verte lágrimas quando o reverente povo lhe pede 5 quilómetros de estrada;

Maria de Lurdes Rodrigues vai fazer o papel de Homem da Casa ou terá de calçar uns patins?

Será que a antiga anarquista também andou a esconder estados de alma e se vai tornar agora na devotada protectora dos humilhados professores?



Sem comentários





Mudança de postura na visita a Viseu

Sócrates assume "face humana" após “três anos a disfarçar estados de alma”

29.03.2008 - 21h08 Lusa

O primeiro-ministro, José Sócrates, assumiu hoje uma governação de "face humana" depois de três anos que apelidou de "muito difíceis", em que teve de "disfarçar estados de almas". "Um político tem o dever de disfarçar os seus estados de alma e apresentar boa cara e ânimo", disse o primeiro-ministro, como que em desabafo, na assinatura de contratos com associações sociais do distrito de Viseu, em Vila Cova à Coelheira, concelho de Vila Nova de Paiva.

Ao longo de todo o dia de hoje, que passou em visita aquele distrito, José Sócrates foi mostrando publicamente um estilo mais descontraído que o usual, mas foi em Vila Cova à Coelheira que essa atitude se tornou flagrante. Perdendo longos minutos a posar com populares para fotografias tiradas com telemóvel, distribuindo beijos e apertos de mão por entre as palmas da população, o primeiro-ministro não escondia o seu sorriso.

Antes, na sua intervenção durante a cerimónia de assinatura dos protocolos, Sócrates havia garantido que as agruras do combate ao défice nunca lhe fizeram perder de vista a necessidade de manter vivo o estado solidário. "Nestes três anos tão difíceis não deixámos nunca de dar atenção às políticas sociais", garantiu, recordando que foi o seu governo a lançar "o mais ambicioso plano de sempre de combate à pobreza na terceira idade".

"Criámos o complemento solidário para idosos com rendimentos abaixo dos 400 euros, investimos no Sistema Nacional de Saúde para uma melhor resposta aos problemas levantados pelo envelhecimento da população e, criámos o programa PARES, que permitiu investimentos em equipamento social como nunca no passado", disse. José Sócrates salientou que numa sociedade competitiva e moderna não pode haver excluídos e defendeu "um país para todos, já que as boas sociedades são as que não permitem desigualdades gritantes". "Quero que todos partilhem connosco os êxitos do país", afirmou.

No âmbito da assinatura de acordos inseridos no Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES II), o governo distribuiu hoje 27 milhões de euros por associações sociais no distrito de Viseu.

Quando os números não enganam...




Situação financeira

Falências aceleram em Portugal

Entre Agosto de 2007 e Fevereiro de 2008, com o agravar da situação, encerraram 12.830 empresas em Portugal.

Expresso
29/3/2008


Evidentemente que contribui para esta situação um agregado de factores como a «crise financeira internacional, os elevados preços do petróleo e a forte valorização do euro», segundo se refere na própria notícia e conforme qualquer espírito minimamente lúcido e honesto reconhece.

Mas será que a política orçamental e a política fiscal deste Governo não deram também uma forte contribuição para a perda de competitividade internacional das empresas portuguesas e para a contracção do consumo interno do qual depende a grande maioria do tecido empresarial português?

Quando há um dado estatístico com uma décima ou uma centésima percentual que sirva para fazer propaganda, vêm a terreiro todos os socratinos rejubilar e glorificar o grande Mestre.

Quando a realidade desmente o paraíso propalado por Sócrates, ficam caladinhos como ratazanas assustadas num cano de esgoto...

A falta de coerência não lhes fica bem. Mas não é neles um defeito. É o seu feitio...





sábado, 29 de março de 2008

«Adolescentes, Ininputáveis e Tevês»


Há já uns dias, a alegada namoradinha do José de Sousa, Fernanda Câncio, veio escrevinhar no Diário do Governo (perdão, de Notícias) para atacar o PGR a propósito das suas decisões em matéria de criminalidade nas escolas.

Longe de pensarmos que, como outros - nesse e noutros jornais e jornalinhos - também faz eco da voz do seu Mestre.

Da leitura, mesmo perfunctória de tão inocente prosa, não tiramos senão uma conclusão. Pela vacuidade e demagogia que revela neste como noutros textículos que vem publicando, ao menos podemos ter a firmada convicção de que Fernanda e José estão perfeitamente um para o outro. E assim sendo, como diz o nosso sábio Povo, não se estragam duas casas...

E que sejam felizes, nestes tempos em que tudo é simplex, a pedido e na hora...


Judicialização da violência e da indisciplina escolar?


A tentativa de solução de problemas de violência e de indisciplina escolar por via judicial deve ser excepcional e constituir um último recurso.

No caso concreto da Escola Carolina Micaëlis, cujos contornos exactos e completos desconhecemos, parece-me que deveria evitar-se a solução a que recorreu a docente em causa e que a comunicação social noticiou.

Mas é imperioso que todos - alunos, pais, docentes, escolas e ministério da educação - saibam que existe uma ordem jurídica e meios de tutela dos direitos e interesses dos professores.

Está instaurada a ideia de que os menores de 16 anos podem fazer tudo, impunemente.

Convém que a comunidade se consciencialize de que os menores de 16 anos
podem fazer QUASE tudo, mas TUDO não podem...; é demais!...

Por isso, são de aplaudir as declarações e as decisões do Procurador-Geral da República.

Os estabelecimentos de ensino públicos tornaram-se num dos mais poderosos meios de desintegração societária do Estado português, quando deveriam ser exactamente um dos principais meios de integração social da comunidade a que pertencemos. Transformaram-se em locais de aprendizagem da anomia, da subversão das hierarquias, do desrespeito pela autoridade e até do crime (do pequeno crime é certo, mas do pequeno que um dia se pode tornar grande)...

Uma escola que ajuda a formar personalidades criminógenas tem de ser urgentemente substituída por outra que forme cidadãos respeitáveis e respeitadores de todo os tipo de normas vigentes, sejam morais, éticas, de mera convivialidade social ou normas jurídicas.

Algumas salas de aula parecem jaulas de macacos. Mas até os macacos sabem cumprir algumas regras...


Conúbio estratégico socratino-cavaquiano

Roberto Carneiro não foi Ministro da Educação de Cavaco Silva.

Não foi Roberto Carneiro que implementou uma coisa a que chamou Reforma Educativa.

Não foi esta Reforma Educativa que estabeleceu a transição de ano com 3 negativas e acabou com a reprovação por excesso de faltas para quem está dentro da Escolaridade Obrigatória, dando origem à rebaldaria e à ignorância actual dos alunos portugueses.

Cavaco Silva também não é Presidente da República desde há dois anos.

E não tem responsabilidade nenhuma na aprovação de grandes monumentos à imbecilização nacional como são o Estatuto do Aluno e o Estatuto da Carreira Docente.

Ao fim destes anos todos Cavaco Silva começa a estar preocupado com a educação...

E nós começamos a achar que a Cooperação Estratégica com o Socratinismo e as Socratinadas não se parece nada com um Conúbio Estratégico.

Com tudo isto, foi num momento de pura alucinação que o Kaos imaginou Cavaco e Sócrates como um belo par, porque entre os dois não há nada em comum e nenhuma cumplicidade de nenhum tipo...



É de ver o programinha flash à direita, rolando o ecran do WEHAVEKAOSINTHEGARDEN um bocadinho para baixo...

O filme é genial, embora a realidade subjacente não possa alegrar nenhum Português que ame o seu País...



sexta-feira, 28 de março de 2008

Transcrição do dia

Batemos no fundo

À letra, José Leite, Pereira, Director

Governantes, pais e professores saem muito mal do 'filme' da sala de aula do Carolina Michaelis. Um a aluna aos gritos, batendo na professora e tratando-a a por tu, uma turma inteira satisfeita e gozando com a desordem e com a incapacidade da professora - 'a velha' - , tudo isto é um retrato mau do estado a que deixamos chegar a situação.

Os pais acomodam-se com o recibo da propina que pagam à escola, como se a sua responsabilidade acabasse aí. Os filhos são entregues à escola, onde entram e saem com ligeiras e rápidas passagens por casa, para comer e dormir. Casas onde não se discute problema nenhum e nada se questiona. Casas onde muitas vezes nem tempo há para se falar, conversar.

Nas escolas, as regras são o que se sabe. Seriam assim tão maus os tempos em que os alunos se levantavam quando o professor entrava na sala? Seria assim tão penoso o silêncio que se fazia enquanto o professor falava? Seria assim tão pouco natural que um aluno fosse posto fora da aula se estivesse a perturbar os colegas e o professor? Seria assim tão fora do senso comum que um estudante que não tivesse aproveitamento fosse obrigado a repetir o ano?

Porque mudaram as leis, porque deixámos as coisas cair neste 'deixa andar'?

O 25 de Abril, que nos trouxe a liberdade, levou, nos tempos revolucionários, regras que eram boas mas que voaram com o lixo fascista. Os tempos revolucionários passaram, vieram tempos democráticos, ministros de todos os partidos e o edifício escolar nunca se compôs, nunca foi capaz de responder aos desafios da democracia.

O filme vergonhoso do Carolina, que infelizmente não é nem caso isolado nem o mais grave, deve encher-nos a todos de tristeza. Pura e simplesmente somos uma sociedade que não sabe educar os seus filhos, que não tem nem valores nem referências para lhes dar. Batemos no fundo. E enquanto não conseguirmos restaurar a autoridade na escola, não sairemos da cepa torta.

Jornal de Notícias

Opiniões relativas, mas que podem ser sinais...


Sondagem Exame/Gemeo

Sócrates considerado o pior primeiro-ministro de sempre

Sócrates é considerado o pior primeiro-ministro de sempre, em Portugal, segundo a sondagem realizada para a Exame pelo Gemeo- Gabinete de Estudos de Mercado e Opinião, do IPAM. Cavaco Silva foi escolhido como o melhor primeiro-ministro.

Jornal de Negócios
27/3/2008

Dunúncias



Entretanto, os professores podem deixar as suas denúncias aqui:

Violência, Impunidade e Incompetência do Ministério da Educação

quinta-feira, 27 de março de 2008

O preço da mentira...


Ontem, no Parlamento, uma senhora deputada socratina tentou fazer querer que não há motivo para se criticar a ponderação das classificações dos alunos na avaliação dos professores com o argumento de que só conta 6 vírgula qualquer coisa por cento...

A senhora deputada da Nação não percebe que, nesta questão, o mais importante não é o impacto que as classificações dos alunos têm na avaliação dos professores, mas exactamente o inverso: o impacto altamente negativo que essa regra tem na avaliação dos alunos.

Se essa regra fosse irrelevante porquê tanta teimosia da ministra anarquista em mantê-la no sistema de avaliação dos professores?

Ela não está lá por acaso! Está lá precisamente como mais um dos instrumentos que o Ministério da Educação criou para obter um sucesso educativo meramente estatístico.

Só esta evidência seria suficiente para que qualquer pessoa bem intencionada não recorresse a esta trapaça para manipular os resultados escolares à custa de mais pressão sobre os professores.

Conhecendo-se os efeitos perversos da mentira da avaliação, por que razão teimará o Ministério da Educação em forçar os professores a fabricarem sucesso estatístico.

O País ainda vai sobrevivendo como ministras, ministros e primeiro-ministros incompetentes.

Mas para Portugal continuar a funcionar alguém tem de saber fazer cálculos matemáticos, projectar pontes, fazer barragens, construir motores, interpretar leis, programar computadores ou simplesmente coser a bainha de uma calças.

Por este andar só contratando estrangeiros.

E os portugueses vão servir bicas para os cafés? É que há russos e ucranianos dispostos a ganhar menos e com mais habilitações do que os ignorantes que saem actualmente das escolas...

A quem beneficiará a mentira na avaliação dos alunos?

A menos que os iluminados do Ministério da Educação sejam um bando de loucos apostados em destruir Portugal, não se percebe quem ganha com a mentira na avaliação...








Último coelho da cartola


O último coelho tirado da cartola socratina foi a redução da taxa do IVA...

Como já tudo foi dito sobre a sua enorme eficácia em termos de aumento do poder de compra dos consumidores e sobre o seu carácter nada eleitoralista, preferimos gastar o espaço deste post para fazer publicidade gratuita a um blog que merece pelo seu elevado valor artístico e não só.





Para conhecer



O Ministério da Educação, os Conselhos Executivos, os alunos e os seus pais têm pensado, desde há décadas, que o território das escolas se encontra subtraído à tutela do Direito Penal, seja porque supõem que os menores de 16 anos têm um direito absoluto à prática de qualquer ilícito, seja porque pensam que os professores estão sujeitos a um estatuto de infracidadania

É isso que explica a estranheza com que têm sido recebidas as posições do Procurador-Geral da República.

Nem os menores de 16 anos estão acima da lei, nem os professores estão abaixo dela apesar do que parece depreender-se do que tem feito o Ministério da Educação, por acção ou por omissão.

Convém saber que existe uma Justiça de Crianças e Jovens.



"Municipalização": o nome socratino do caciquismo.


Petição em defesa da REN

Desapareçam!...


Ontem, num debate parlamentar sobre educação, o Ministério da Educação esteve ausente.

Em tudo o que é fundamental - pensar com verdade a realidade educativa portuguesa - o Ministério da Educação está ausente.

Mas em tudo os que é prescindível - legislar obsessivamente e bloquear a actividade lectiva com atafulhante burocracia - o Ministério da Educação é omnipresente.

Quando os burocratas e idiotas (pessoas cheias de ideias, entenda-se) do Ministério da Educação perceberem que atrapalham, que são nocivos ao País, que destroem o futuro de incontáveis gerações de jovens portugueses, e desaparecerem, será um grande dia para Portugal.

Em vez de desaparecerem apenas dos debates parlamentares, desapareçam de vez!

Basta que transfiram a verba orçamental do ME para o MF, para garantirem o funcionamento financeiro das escolas.

Para o mais, vocês só prejudicam Portugal e os Portugueses!

Desapareçam de vez!

Mesmo que vos reformem a todos com uma pensão equivalente ao do Presidente da República e vos enviem para um ilha distante, dariam um benefício ao País dificilmente estimável no presente, mas em poucos anos bem quantificável no acréscimo do PIB.

Não estorvem o trabalho dos professores e dos alunos!

Desapareçam!

Vocês são o maior obstáculo que existe ao desenvolvimento do País!

Vocês fazem o País dar dois passos atrás por cada passo que os Portugueses tentam dar em frente!

Desapareçam!



quarta-feira, 26 de março de 2008

Com Ana Gomes


Há muito tempo, desde os tempos de Timor, em que estivemos no mesmo combate, que não viamos Ana Gomes a escrever tão acertadamente.

Pode estar aqui a marcar a sua posição contrária à socratinice dominante.

Mas desta vez não ficou do lado daquela esquerda rançosa que defende ideias absurdas apenas por serem supostamente de esquerda.

Deus nos livre de a termos no MNE. Mas a pensar assim, menos mal que chegue ao ME.

Esperemos é que quando isso acontecer o Primeiro-Ministro não seja Paulo Pedroso. Ninguém esqueça que Ana Gomes proclamou solenemente que Paulo Pedroso um dia seria Primeiro-Ministro!...

E se Sócrates chegou, admirem-se que um dia lá chegue Paulo Pedroso que, diga-se, usando o disclamer do Portugal Profundo, para que não me processem nem me encerrem a loja, «não foi pronunciado pela juíza de instrução Ana de Barros Queiroz Teixeira e Silva pelos 23 crimes de abuso sexual de menores sobre quatro crianças de que fora acusado pelo Ministério Público no âmbito do processo de abuso sexual de crianças da Casa Pia. »



Eis o texto de Ana Gomes:



O video da agressão à professora na Escola Carolina Michaelis é um murro na nossa consciência colectiva. Todos temos culpa por ter deixado degradar a disciplina na escola democrática, a autoridade dos professores e por negligenciarmos as crianças que os pais não têm tempo, nem capacidades, para educar.
Eu sinto culpa, por nunca me ter interessado pelas implicações das mudanças sociais na degradação do ensino em Portugal, por nunca me ter incomodado em demasiada com a qualidade política de quem ficava com a pasta da Educação a seu cargo em sucessivos governos. E sinto ainda mais culpa por ter obrigação de ter ouvido professores e alunos na familia e nas amizades mais próximas.
Claro que há quem tenha muito mais responsabilidades do que eu. E há sobretudo quem deva intervir politica e disciplinarmente, quando é imperioso intervir.
Não compreendo, por isso, que os responsáveis do Ministério da Educação desvalorizem a gravidade do que o filme do Carolina Michaelis revela – que não é caso isolado, como demonstram outros videos que estão a circular, como muitos professores há muito denunciavam e como até o PGR já alertara. A inversão de valores e abalo à autoridade que o video documenta é grave, passe-se numa só ou em 7% das escolas do país. O acto tem de ser punido exemplar e rapidamente, para que a dissuassão no futuro funcione.
E sobretudo não compreendo que perante actos de delinquência conhecidos, ocorridos em várias escolas e cometidos pelos mesmos alunos – maxime as agressões repetidas na escola de Tarouca - responsáveis do ME venham encolher os ombros, dizendo que nada se pode fazer porque os responsáveis são menores, não podem ser privados da escola, não podem ser expulsos da escola, nem objecto de quaisquer sanções aplicadas pelas autoridades escolares.
Eu pasmo! Então os outros alunos, professores e funcionários da escola vão ter que aguentar quantas mais agressões e distúrbios certos alunos entendam perpetrar?
Como é obvio essas crianças e jovens perturbadas não podem ser privadas da escolaridade. Precisam até de acompanhamento especial, em escola ou instituição adequadas. Não podem, de maneira nenhuma, é continuar nas escolas normais a desinquietar toda a gente e a agredir quem lhes resista. Caso contrário, a sensação de impunidade alastra, e não haverá meio nenhum de restaurar disciplina e segurança nas escolas.
A aluna matulona que agrediu a pequena professora no Carolima Michaelis, o canastrão que filmou a cena rebolado de gozo, os delinquentes que repetidamente agrediram empregadas e alunos em Tarouca, os paspalhões que procuram destrambelhar uma professora numa aula de economia noutro video esta noite passado nas TVs, só podem ter um destino e amanhã já. Por ordens da Senhora Ministra, se as autoridades escolares não tomarem a decisão que se adequa: imediata suspensão das escolas respectivas, com divulgação pública da suspensão. E rápidos processos disciplinares, para efectivar a expulsão daqueles alunos das escolas que perturbaram e acelerar as suas tranferências para instituições adequadas, onde as suas necessidades de educação especiais sejam asseguradas pelo Estado, se os paizinhos não quiserem ou puderem tomar outras disposições.
Ele há limites para tudo. E momentos para intervir de forma exemplar. O Ministério da Educação precisa de mostrar que não é complacente com alguns e intransigente com outros. Que a lei e a disciplina é para todos e para fazer cumprir por todos. Pelos alunos também. Então o bom ambiente e a segurança na escola vai ficar dependente dos humores de algumas crianças deseducadas em familias disfuncionais, como admitia esta manhã à TSF o Secretário de Estado Valter Lemos serem os delinquentes de Tarouca?


Blá, Blá, Blá...


Quem pensar que o problema da educação está exclusivamente nos grupos de iluminados da 5 de Outubro está rotundamente enganado.

As suas ideotices espalharam-se pelas escolas superiores de educação; destas infiltraram-se nos cursos do Ramo de Formação Educacional da universidades clássicas e disseminaram-se entre os professores e sindicalistas. Enfim generalizaram-se.

A situação narrada, em jeito aparentemente humorístico, abaixo, no post Sociologias e Psicologias pós-modernas, é hoje perfeitamente ilustrada na longa lista de propostas da FENPROF para combater a violência e a indisciplina nas escolas. Muita conversa mole que não dará em nada... senão mais comissões, mais estudos e mais relatórios....

Há não muitos anos atrás, bem depois do 25 de Abril, as faltas disciplinares eram marcadas a vermelho no livro de ponto. E três faltas a vermelho tinham como efeito a reprovação por faltas.

Depois acabaram as faltas a vermelho. As faltas disciplinares foram equiparadas às restantes faltas injustificadas. E deixando de se reprovar por faltas, quando se está dentro da escolaridade obrigatória, instaurou-se toda a bagunça total. Uma regra simples que funcionava mas que foi suprimida em nome do sucesso estatístico e da sacrossanta inclusão que não passa hoje de uma máscara de múltiplas exclusões....

Ministério e Professores continuam a viver num mundo de alucinação, de fantasia e de preconceitos.

Nada mudará:

a) Enquanto na aplicação da Medida Correctiva tipificada como «realização de tarefas e actividades de integração», as escolas (conselhos executivos, conselhos pedagógicos e professores) tiverem medo ou preconceito de estabelecer no Regulamento Interno como tarefas e actividades limpar casas de banho ou varrer corredores, em vez de preferirem mandar o aluno para a biblioteca, ler livros ou ver vídeos, medida que não desincentiva a prática de condutas ilícitas (há alunos que pedem para ser expulsos da sala, para puderem ir jogar computador...);

b) Enquanto os directores de turma forem inconscientes e não perceberem que, para a formação da sua personalidade, os alunos têm de ser sancionados quando desrespeitam os normativos em vigor (muito directores de turma pensam que são advogados de defesa dos alunos, fazendo de tudo, mesmo contra os professores seus colegas, para que alguns alunos não sejam punidos...);

c) Enquanto os conselhos executivos e os directores de turma não deixarem de desautorizar os outros professores com sanções simbólicas ou com a ausência de sanções (Por exemplo um aluno que chamou puta à santa mãezinha de um professor e à sua honrada esposa, teve como "castigo" passar a limpo o caderno da disciplina do mesmo professor, caderno que não tinha e que continua a não ter...);

d) Enquanto as escolas continuarem a achar estigmatizante publicitarem na comunidade educativa as sanções disciplinares aplicadas (Na maioria das escolas não é lida às turmas nenhuma comunicação quando é aplicada uma medida disciplinar, porque os professores acham que isso traumatizará mais o aluno indisciplinado...);

e) Enquanto os conselhos executivos e os directores de turma não vigiarem a execução das medidas correctivas decididas, por forma a que sejam efectivamente cumpridas (Há medidas disciplinares que acabam por não ser cumpridas porque não está perfeitamente institucionalizado nas escolas um sistema de execução de penas e muitos directores de turmas descuidam-se ou nem sequer cuidam do que deveriam cuidar...);

Etc., etc. (Teria muitíssimo mais a dizer, mas levaria muitas páginas...)...


No que é da exclusiva responsabilidade do ME, nada mudará de susbtancial enquanto os iluminados da 5 de Outubro não perceberem que o fim último e primeiro do sistema educativo não pode ser combater o abandono escolar e obter um sucesso meramente estatístico. Um sistema educativo que tem estes objectivos como prioritários gera todas as perversões, como a mentira das avaliações, o laxismo, a indisciplina e a impunidade...


Eis, finalmente, o lençol de propostas ineficazes da FENPROF, quando com meia dúzia de soluções concretas mas não preconceituosas se resolve o grosso da indisciplina, que é a pequena indisciplina que impede o funcionamento normal da leccionação diária na sala de aula:




Combate à indisciplina e violência na Escola é prioritário


O problema da violência e da indisciplina em contexto escolar, assim como os fenómenos de bullyng, têm merecido, em vários países, uma atenção muito especial.

Procurar conhecer as causas sociais, políticas e económicas que levam ao seu recrudescimento ou, pelo menos, à sua maior incidência em determinados períodos ou em determinadas escolas e comunidades, identificar as situações subjectivas e objectivas que levam a que esses comportamentos surjam e tomar medidas que reforcem a autoridade dos docentes e uma maior responsabilização das famílias e da administração educativa são tarefas inadiáveis.

Não se coadunam, pois, com a atitude laxista e desculpabilizadora que a ministra da Educação tem assumido, afirmando e reafirmando que não são significativos os fenómenos de indisciplina e violência nas escolas portuguesas e que os factos vindos a público são gotas no oceano das escolas.

Como a FENPROF considerou, no seu último Congresso, tem havido, da parte do ME, "a tentativa de desprofissionalizar a profissão docente", ao mesmo tempo que vem desenvolvendo uma "campanha promovida no sentido de degradar a imagem social dos professores e educadores", o que tem "levado a uma profunda desvalorização do papel da Escola". Para a FENPROF, isto é contraditório "com a função imprescindível da educação, do ensino e da formação e qualificação no desenvolvimento das sociedades".

É, assim, muito preocupante a forma como a sociedade é levada a encarar a própria Escola, desvalorizando-a enquanto factor de formação social e pessoal e para os valores, transferindo para a instituição escolar a crise existente no interior das famílias e na própria sociedade.

Alertou, há um ano, a FENPROF para "esta perversão da escola, a par de um conjunto largo de flagelos sociais em expansão - desemprego, precariedade, pobreza, exclusão, entre outros -, que constituem factores que condicionam o clima social latente na sociedade portuguesa, cujos reflexos na Escola dificultam a existência de um bom clima de convivência escolar."

Foi nesse sentido a Resolução aprovada pelos professores portugueses que incluía 12 medidas urgentes para combater os fenómenos de violência e indisciplina em contexto escolar e que revertessem "a situação a favor do estabelecimento de um clima saudável de convivência inter e intra-geracional." A FENPROF já, por duas vezes, solicitou reunião com a Ministra da Educação para entrega e apresentação das principais decisões do seu Congresso, incluindo esta, só que, até hoje, da parte da governante, não houve disponibilidade para reunir com a FENPROF.

12 medidas pela não-violência e convivência escolares

São as seguintes as medidas então sugeridas pela FENPROF, que volta a colocar como tarefas inadiáveis para se conseguir que em todas as escolas exista um clima propício às suas funções primeiras: ensinar e aprender.

1. A promoção, pelo Governo, com o envolvimento da Assembleia da República e do Conselho Nacional de Educação, junto das escolas e das comunidades educativas, de um amplo debate "Por uma Cultura de Paz e de Não-violência", que saia do foro exclusivamente legal e que procure o estabelecimento de um compromisso, envolvendo, designadamente, as famílias e as comunidades educativas, em geral.

2. A atribuição às Escolas e Agrupamentos de Escolas dos recursos humanos, financeiros e materiais necessários para o desenvolvimento de planos de actividade que concretizem os seus Projectos Educativos, designadamente para:

a. Estabelecer condições de acompanhamento e de mediação entre a escola e a família;

b. Respeitar a diversidade cultural, religiosa e étnica como forma de combater fenómenos de xenofobia e racismo;

c. Reforçar a autonomia das escolas através do desenvolvimento de um modelo de Direcção e Gestão democrático e favorecedor da participação dos diversos corpos sociais que interagem em ambiente escolar;

d. Diminuir a relação alunos/professor, a relação turmas/professor e a relação níveis/professor;

e. Efectivar a criação de equipas multidisciplinares que favoreçam o acompanhamento do percurso escolar dos alunos e a mediação de conflitos;

f. Desenvolver uma efectiva política de apoios educativos a todos os alunos com necessidades educativas especiais.

3. Adopção de medidas preventivas que dêem resposta à situação actual, através da negociação de protocolos de cooperação entre as escolas e os operadores sociais integrados no meio em que a escola se insere;

4. Desenvolvimento de uma efectiva política favorecedora da fruição da actividade cultural e da prática de actividade física e desportiva, enquanto factores de excelência para a convivência social em contexto de vivência colectiva;

5. Criação de um "Observatório para a Não-violência e para a Convivência Escolar";

6. Apoio a planos anuais das Escolas e Agrupamentos de Escolas para o desenvolvimento de projectos de promoção da Convivência Escolar;

7. Garantia de apoio jurídico e judicial a todos os profissionais de educação (professores e pessoal auxiliar) vítimas de violência física e verbal em contexto escolar ou com ele relacionadas;

8. Estabelecimento de regras de co-responsabilização das famílias, dos professores e dos alunos relativamente à convivência, frequência e sucesso escolares e educativos dos alunos;

9. Integração nos planos de estudo da formação inicial de docentes da temática da gestão de conflitos e da não-violência e convivência escolar;

10. Definição prioritária de planos anuais de formação de professores, pessoal auxiliar, pais e alunos em matéria de Não-violência e Convivência Escolar;

11. Alargamento da obrigatoriedade de frequência à educação pré-escolar e da escolaridade obrigatória até ao 12.º ano;

12. Consagração de uma política de combate à indisciplina e violência escolares, de compromisso, partilhado, que envolva toda a sociedade portuguesa e que favoreça o desenvolvimento da consciência social dos cidadãos perante o problema.

A FENPROF renovará as suas preocupações em relação a esta matéria, responsabilizando directamente o Governo e o Ministério da Educação pelo actual estado em que se encontram muitas escolas e pelas consequências físicas e psíquicas que afectam centenas de professores, voltando a entregar na Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República, Procurador-Geral da República, Ministério da Educação e Presidência da República a sua proposta.

Por fim, a FENPROF proporá ao ME que a formação contínua de professores nesta área seja considerada no conjunto de prioridades de financiamento e que estas acções sejam relevantes para a sua avaliação de desempenho, sendo-lhes atribuído o mesmo peso que às acções de carácter científico-pedagógico.

Secretariado Nacional da FENPROF
26/03/2008



Parece uma Máfia...


Parece uma Máfia... mas é apenas o Governo de José Sócrates, criatura que já foi ministro do ambiente...

Um dia alguém vai ter de escrever um livro: Memórias de um Sócrates Desconhecido..., se entretanto aos poucos não se for conhecendo completamente a sua obra e o seu carácter...



20% dos actos reduzem Reserva Ecológica

RITA CARVALHO

Governo prepara-se para dar mais poder às autarquias

Onze das 53 resoluções do Conselho de Ministros deste ano foram alterações às áreas delimitadas pela Reserva Ecológica Nacional (REN). Ou seja, 20 % destes actos do Governo destinaram-se a desclassificar espaços destinados à protecção do ambiente e à sustentabilidade do território para permitir a construção de zonas industriais, turísticas ou urbanísticas.

A denúncia é da Quercus que fez as contas às decisões do Conselho de Ministros do ano passado e deste ano em matéria de REN. E concluiu que desde Janeiro de 2007, 43 municípios viram as suas delimitações da REN alteradas pelo Governo para permitir a viabilização de projectos de interesse local. Este ano, a proporção destes actos atingiu os 20%.

"Estes actos são prejudiciais ao ambiente pois, ao serem desafectadas, estas áreas de REN deixam de cumprir a sua função de protecção dos riscos naturais", disse ao DN Francisco Ferreira, da Quercus.

A REN é uma rede que foi definida pelo Estado para preservar os recursos naturais e a sustentabilidade dos recursos hídricos, do solo e de estruturas naturais. Segundo a lei, zonas que "pelo valor e sensibilidade ecológica ou pela exposição e susceptibilidade face a riscos naturais, são objecto de protecção especial". Estão delimitadas em todo o País e obedecem a regras específicas.

A edificação é proibida para agentes públicos e privados, salvo em casos que o Governo alega o interesse público do projecto e desclassifica a área através de um despacho conjunto do Ministro do Ambiente e do outro ministro responsável. Por exemplo: um parque eólico em REN implica um despacho de Nunes Correia e do ministro da Economia. Quando os projectos são de maior envergadura, a desafectação da REN carece de resolução do Conselho de Ministros.

E a contabilização da Quercus inclui apenas as resoluções tomadas pelo Conselho de Ministros, pelo que a área total de REN que deixou de cumprir a sua função é bastante superior, adianta Francisco Ferreira. Os outros usos do solo, desde que não ponham em causa esta estrutura ecológica, estão condicionados. Há casos em que o proprietário precisa de autorização da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) para alterar o seu terreno; outros em que necessita só de comunicar a esta estrutura regional.

Revisão da REN

É este regime que o Governo quer alterar e que tem suscitado uma chuva de críticas. O Ministério do Ambiente quer atribuir mais poder às autarquias na delimitação da REN. Em vez de a proposta técnica de área a delimitar partir da CCDR, sairá das câmaras, embora tenha de ser aprovada por este órgão do Estado.

O Governo já garantiu que não está em causa a "municipalização da REN". Uma opinião diferente exposta por várias personalidades que se reuniram ontem para entregar uma petição a Cavaco Silva exigindo um debate público sobre o assunto. Os signatários dizem que os municípios não estão em condições de garantir a protecção da REN. "Não têm gabinetes técnicos. E não estão a servir o modelo que lhes interessa", afirmou ao DN o arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, considerado o "pai" da REN.

DN
26/3/2008

A anarquista na berlinda


Isto de ter sido anarquista ou de continuar sendo no mais íntimo do seu ser tem os seus
quês e os seus efeitos...

Um dia ainda esperamos conseguir tecer um elogio a esta senhora por alguma obra de mérito que faça no seu minsitério.

Até ao momento só conseguimos ver trapalhadas e trapaças...





Apritel denuncia ilegalidades em concurso da Educação

CÁTIA ALMEIDA

Regras do concurso foram desenhadas à medida da PT

A associação dos operadores de telecomunicações (Apritel) considera "inaceitável" e "incompreensível" a forma como o Ministério da Educação lançou o concurso para o fornecimento de Internet de banda larga para as escolas portuguesas. Segundo os operadores, a acção está mesmo ferida de ilegalidades, ao não respeitar as regras previstas na lei e constituir um "atentado à concorrência".

Em causa está a escolha de um prestador de serviço para 6000 escolas e edifícios do ministério, num valor estimado de 14 milhões de euros. "Se o Ministério da Educação pretendesse fazer um concurso à medida da PT [Portugal Telecom] e que impedisse os outros de concorrer, dificilmente teria feito melhor", afirmou ao DN Luís Reis, presidente da Apritel.

O responsável classifica de "lamentável" a actuação do ministério, ao não respeitar "as regras previstas na lei, as regras da contratação públicas e das boas práticas". Além disso, sublinha Luís Reis, "este concurso representa um retrocesso face ao anterior", que já sido feito por lotes. Quer isto dizer que o actual concurso, lançado há cerca de 15 dias, não faz a separação "em blocos" por cada área de prestação de serviço e geográfica. Apenas um operador, e não vários, poderá sair vencedor da competição. E as regras definidas retiram "competitividade a todos os operadores que não controlem a rede básica de telecomunicações".

Em comunicado, a Apritel destaca que "tal como definidas, as especificações técnicas do concurso reduzem substancialmente a competitividade ou eliminam mesmo a possibilidade de concorrer de muitos dos operadores de telecomunicações certificados para a prestação do serviço de banda larga em Portugal". Em primeiro lugar, "o concurso solicita, sem aparente justificação, larguras de banda que se afastam das ofertas de referência definidas pelo regulador". Depois, "o concurso não respeita as regras previstas na lei, nomeadamente no respeitante à estruturação do fornecimento em lotes, impedindo a selecção do operador mais competitivo para cada área de prestação do serviço". Terceiro: "O concurso não respeita outras boas práticas defendidas pela Apritel exigindo, sem justificação, prazos para a provisão do serviço possíveis apenas para o operador já instalado".

Questionado sobre uma possível interferência da Agência Nacional de Compras Públicas (que tem dois elementos da PT na direcção) neste concurso, Luís Reis recusa-se a acreditar nessa influência, até por ser um organismo constituído recentemente (em Dezembro). "Só por falta de incompetência, falta de diligência e de conhecimento do que é fazer um concurso público é que isto pode acontecer", rematou.

O DN contactou ontem o Ministério da Educação, mas não obteve qualquer resposta sobre este assunto.

DN
26/3/2008




Trapalhada 28




Sobre o cúmulo da trapalhada que é a socratina adesão ao aborto ortográfico, deixamos aqui o mais recente texto de Vasco Graça Moura que no DN tem publicado vários artigos alusivos ao tema. Não lhe falta a polémica com o arauto do socratinismo: Vital Moreira... pois claro...



O PRÉ[Ê]MIO

Vasco Graça Moura


Não percebo a crítica que Vital Moreira faz ao meu último artigo no seu blogue Causa Nossa. Diz ele que tanto o Acordo como o Protocolo Modificativo foram ratificados pelo Brasil, Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe e por isso "já estão juridicamente em vigor em relação a esses três Estados". Mas diz também que Portugal já tinha ratificado o Acordo em 1991 "que não chegou a entrar em vigor por não ter sido ratificado por todos".

Idêntica razão procede quanto ao protocolo: se modifica uma convenção internacional sujeita a ratificação, terá de ser ratificado por todos.

E tanto é assim que o ponto 3 do Protocolo Modificativo, não obstante a sua absurda pretensão de obrigar oito pela ratificação de apenas três, prevê expressamente o depósito pelos Estados dos "instrumentos de ratificação ou documentos equivalentes que os vinculem ao Protocolo"!

Mas há mais argumentos jurídicos:

O Acordo abre a porta à confusão e ao aumento incontrolável das divergências de grafia por via das facultatividades (e não só). O de 1945 proibia-as. Ivo Castro e Inês Duarte escrevem que "a facultatividade é, por definição, contrária à própria ideia de normalização gráfica - de ortografia" (in A Demanda da Ortografia Portuguesa, p. 8). Vinte docentes da Faculdade de Letras de Lisboa afirmam: "Como consequência deste critério, é previsível que surjam divergências ortográficas dentro da mesma variante da língua no mesmo país, dependentes de juízos aleatórios." (op. cit., p. 135).

Óscar Lopes adverte: "Convém ponderar um mínimo de coerência com a ortografia dos países de tradição latina, sobretudo ibero-românica, pois não é com uma táctica de impermeabilização que se defende a identidade nacional" (op. cit., p. 130). E Manuel Alegre pôs o dedo na mesma ferida: "O que está em causa é uma questão de identidade nacional." (Acção Socialista, 5.6.86).

Tudo isto, mais a barafunda e a catadupa de contradições que se seguiriam à aplicação de várias outras bases, mostra que nem ficam assegurados o ensino e a valorização permanente da língua portuguesa, nem a defesa do património cultural enquanto elemento vivificador da nossa identidade (Constituição, art.ºs 9.º e) e f) e 78, c) e d).

Acresce que o art.º 2.º do Acordo previa que os signatários tomassem as providências necessárias com vista à elaboração, até 1.1.93, "de um vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa, tão completo quanto desejável e tão normalizador quanto possível, no que se refere às terminologias científicas e técnicas".

Só depois disso e da ratificação é que o Acordo entraria em vigor, a 1.1.94.

Na verdade, trata-se de uma relação de precedência necessária, no plano científico e no plano prático, em matéria controversa e que se reveste de uma grande delicadeza.

Todavia, nada foi feito. E, em 17.7.98, foi assinado um primeiro protocolo que alterava aquele artigo 2.º, suprimindo a indicação da data-limite de 1.1.93.

Simplesmente, nunca este protocolo foi aprovado ou ratificado por nenhum dos países signatários... E o Protocolo de 2004 não mexeu nesse ponto.

Mantém-se, por isso, incólume a exigência do art.º 2.º que condiciona a entrada em vigor do Acordo à prévia elaboração do referido vocabulário comum e técnico-científico, este, repete-se, "tão completo quanto desejável e tão normalizador quanto possível".

Isto é: mesmo que o Acordo e o Protocolo de 2004 já estivessem em vigor (e não estão, como se demonstrou), nem assim poderia o Acordo ter aplicação prática antes de cumprida aquela exigência, para a qual, aliás, não consta que esteja a trabalhar qualquer comissão ou grupo de especialistas dos oito países.

Os primeiros resultados deste lindo serviço já estão aí: vejam-se, no recentíssimo e apressado Novo Dicionário da Língua Portuguesa (Texto Editores), alguns lídimos exemplos de defesa da unidade da língua, entre muitos possíveis: croissã, delete, striptease, workshop, dobermann (esqueceram-se do rottweiler e do pitbull)...

E leiam-se estas pérolas na nota inicial: "cará[c]ter meramente estético", "a polé[ê]mica então desatada", "os acadé[ê]micos portugueses e brasileiros", "definições como cara[c]terística e pré[ê]mio".

Quem levar o Acordo a sério merece realmente um pré[ê]mio...

DN
26/3/2008


Tudo em família...



Nomeação

Professora e ex-juiza fiscaliza Ministério Público

Uma das mais influentes professoras de Direito, ex-juiza do Tribunal Constitucional, foi hoje nomeada para o Conselho Superior do Ministério Público. Fernanda Palma é casada com o ministro da Administração Interna, Rui Pereira

A professora catedrática da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa Fernanda Palma foi nomeada para o Conselho Superior do Ministério Público por decisão hoje anunciada do ministro da Justiça, Alberto Costa.

Sol
25/3/2008

A mancha que alastra... e chega à universidade



A ignorância e a iliteracia vindas do ensino básico e do secundário já chegaram à universidade há alguns anos. Aliás, os licenciados (quase) analfabetos estão agora a regressar às escolas como professores... Não fosse a falta de vagas nas escolas e o modelo de cafrealização da sociedade portuguesa planeado pelos sábios da Av. 5 de Outubro estaria já em plena auto-reprodução.

Agora está a chegar à universidade a nova fornada de energúmenos passados administrativamente pelo sistema de Roberto Carneiro e de Ana Benavente, com base na ponderação dos valores e das atitutes para compensar a falta de conhecimentos e de competências...

Só que essa escória aparentemente humana não tem nem valores nem atitudes consentâneas com a frequência do sistema de ensino, nem básico, nem secundário e muito menos ainda universitário. Mas eles estão lá a chegar...

O texto que se segue é do professor Rui Bebiano, docente na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Há menos de um mês, ao passar na escadaria desta honorável instituição observei uma bando de energúmenos cuja conversa versava sobre o consumo de drogas na noite anterior... Eram alunos desta instituição... como podiam ser de qualquer outra do Portugal abrilino...

Um dia, se houver vaga, esta escumalha chegará a professor e quem sabe a ministro ou secretário de estado da educação.

Eis a descrição de Rui Bebiano na sequência do caso da agressão da Escola Carolina Michaëlis:


O caso leva-me a reflectir sobre a minha própria experiência, e a falar aqui de um assunto que permanece tabu, ainda que falado entre dentes, com sinais de vergonha, por professores, agora do ensino superior, que não sabem o que fazer e começam também a temer o pior. Dou aulas numa universidade desde 1981, e, naturalmente, ao longo de todos estes anos tenho-me confrontado, na relação mantida com dezenas de milhar de alunos, com comportamentos muito diferenciados no espaço das aulas. Apesar dessa diversidade, e tendo conservado sempre uma relação nada autoritária com a generalidade deles, jamais tive o menor problema disciplinar. Tanto quanto sei, a mesma coisa se passava com quase todos os meus colegas (as raríssimas excepções ficaram quase sempre a dever-se a atitudes de incompetência ou de arbitrariedade). Quando começaram a suceder-se os problemas disciplinares nas escolas secundárias, estes não se reflectiram logo nas universidades, presumindo-se sempre que os estudantes entretanto «cresceriam» e manteriam já comportamentos responsáveis quando chegassem aos nossos anfiteatros.

Mas tudo mudou há cerca de dois ou três anos atrás. A verdade é que, após as sucessivas vagas de alunos com deficiente formação científica imposta por programas e métodos no mínimo discutíveis, começaram a chegar às escolas superiores estudantes com uma quase nula formação cívica e frágil capacidade de autoresponsabilização. E, pela primeira vez, eu e muitos colegas - com toda a experiência de anos de trabalho, com todo o prestígio que a maioria acreditava ter conquistado para a vida - começámos a ter problemas: alunos que conversam sistematicamente durante as aulas, que chegam atrasados todos os dias, que entram e saem sem uma palavra, que não desligam o telemóvel, que se dirigem ao professor de forma impertinente, que exigem facilidades confundidas com direitos sem cumprirem deveres, que em muitos casos nem sequer distinguem claramente as competências de quem ensina e as suas próprias obrigações. Falta o último passo que, ao que se vê, no ensino secundário há já muito tempo foi dado: transformar as aulas num campo de batalha.

terça-feira, 25 de março de 2008

Sociologias e Psicologias pós-modernas.


A história não é perfeitamente assim. E como diz o ditado popular, «quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto».

Pelo menos a moral da história é a que se segue.

Um casal destes modernaços, educado no sociologismo pós-moderno foi fazer compras ao hiper-mercado.
Quando deram pelo filho, estava em cima de uma pilha de latas de uma alta estante.

Aflitos, em vão tentou a mãe, tentou o pai e tentou o gerente do hiper-mercado, com bons modos para não traumatizar o menino, que o petiz descesse da prateleira. Em vão!

O puto não saiu lá de cima por mais que o tentassem convencer.

Chamaram então um conceituado psicólogo, dos mais modernos da cidade, para resolverem tão intricado problema.

Tentou, tentou e continuou o psicólogo tentando convencer a badameco a descer da prateleira, pelos modos mais pós-modernos para que não ficasse traumatizado. Mas nada.

Usou de todos os argumentos e de toda a ciência aprendida na faculdade e reaprendida nos livros dos mais sábios psicólogos pós-modernos.

Mas nada! A besta do puto recusava-se a descer da prateleira.

Finalmente o psicólogo, iluminado por uma derradeira ideia, usa de um último argumento. E num ápice o fedelho estava no chão do hiper-mercado feliz da vida, para alívio dos pais e do gerente da grande superfície.

Todos os presentes acharam fantástica a intervenção do psicólogo. Todos sem excepção se desfizeram em elogios às mais modernas estratégias da Psicologia pós-moderna.

Tudo terminava em bem, para gáudio dos educadores pós-modernos.

Antes de se despedirem e irem para casa, o pai, intrigado, pergunta ao Psicólogo:

- «Como conseguiu convencer o meu filho a descer da prateleira?».

Responde o psicólogo:

- Disse-lhe simplesmente: «Se não desces já da porcaria da prateleira levas uma lambada de que não te esqueces mais».

E assim termina esta história das sociologias e psicologias educacionais pós-modernas, a propósito de mais esta admirável notícia do bostoniano Valter Lemos e do Ministério da Educação:


Secretário de Estado reage a críticas sobre episódio em escola do Porto

Escolas com problemas de indisciplina podem propor ao ministério contratação de técnicos especializados

25.03.2008 - 20h27 Lusa

As escolas com problemas graves de indisciplina podem apresentar ao Ministério da Educação uma proposta para a contratação de técnicos como psicólogos e mediadores de conflitos, anunciou hoje o secretário de Estado da Educação.


Fugindo ao essencial


Como já se esperava, os serviços de demagogia e propaganda da anarquista Maria de Lurdes Rodrigues já responderam, ou melhor, já tergiversaram, face às preocupações lançadas pelo PGR.

Além de só verem a culpa em entidades exteriores ao próprio Ministério da Educação, o bostoniano Valter Lemos, na sua habitual demonstração de boçalidade, foge ao que é verdadeiramente essencial.

O problema fulcral não está na violência, nos comportamentos tipificados como ilícitos penais independentemente da consideração da imputabilidade de alunos que, nas maioria das vezes, são menores de dezasseis anos, e como tal inimputáveis em razão da idade.

O problema fulcral está na pequena e reiterada indisciplina, às vezes tão pequena e tão difusa que na situação concreta da sala de aula os professores não têm capacidade e poder para controlar e sancionar, mas que afectam gravemente as condições de leccionação.

São condutas já enraizadas na maioria da população estudantil que vão lentamente minando a autoridade dos professores e a credibilidade da escola. Quando eram práticas minoritárias, reservadas a um ou a dois alunos por turma, resolviam-se facilmente. Hoje, num quadro de inversão completa dos valores e dos comportamentos a que se assistiu em toda a sociedade portuguesa, excepcionais são os alunos que revelam uma conduta invariavelmente correcta.

Mascar uma pastilha, comer uma bolacha, ter um boné na cabeça, pôr um auscultador no ouvido, enviar ou receber um SMS, falar com o colega do lado, arremessar um objecto para um amigo a três metros de distância, sentar-se de lado como se estivesse na esplanada, são comportamentos tão generalizados que se tornaram incontroláveis. O professor que tente reagir a todos e a cada um destes pequenos gestos que ocorrem diariamente nas salas de aula desistirá de leccionar a matéria desse «espacinho» de 45 minutos (o nome que a ministra deu às aulas...) e passará a ter um conflito permanente e insolúvel em cada lição.

Esta é a imagem da incivilidade a que se chegou e não se pense que se passa apenas nas salas de aula do ensino básico e secundário. Vê-se na universidade, nos auditórios para gravação de programas de televisão com assistência pública e começa já a ver-se em audiências judiciais. Durante as gravações televisivas tornou-se necessário mandar calar a assistência e até interromper as sessões. E quantos juízes não passaram a advertir repetidamente a assistência, coisa rara há alguns anos atrás quando havia um respeito absoluto pela figura do juiz ou do professor...

Esta sociedade barbarizada deixou de saber estar civilizadamente em locais públicos. Os netos da geração de 60 e os filhos da Revolução de Abril não sabem estar sentados numa cadeira, não sabem estar calados quando alguém fala, não sabem ter a boca fechada quando comem, não sabem que em recintos fechados se deve estar de cabeça descoberta, não sabem levantar-se quando alguém hierarquicamente superior a eles entra numa sala, não sabem pedir licença a quem está quando entram ou quando saem.

O País transformou-se numa choldra e os seus habitantes numa horda de bárbaros. As escolas tornaram-se o melhor antro para a sua replicação aculturalizante...

Ninguém já estranha que uma anarquista tenha chegado a ministra da educação e que um habilidoso especializado em forjar assinaturas de favor em projectos de engenharia ou em obter diplomas de licenciatura em pacotes da farinha amparo tenha chegado a Primeiro-Ministro...




PGR pediu mais autoridade para os professores

Violência nas escolas é um problema que vem de fora, diz secretário de Estado

25.03.2008 - 14h21 PÚBLICO

O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, disse hoje, em entrevista à TSF, que a violência nas escolas se deve a factores externos às instituições e que os estabelecimentos têm mecanismos para atacar estes problemas. As declarações do responsável vêm no seguimento do procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro, citado pelo "Diário Económico", ter pedido mais autoridade para os professores.

Valter Lemos sustentou a sua opinião com os dados do programa “Escola Segura” que foram recebidos pelo ministério e onde os comandantes da polícia garantem que os problemas são “importados de fora” e que o ministério está a agir na resolução desta situação.

O responsável informou ainda que o Ministério da Educação tem “programas especiais do ponto de vista da segurança externa através do ‘Escola Segura’ e do ponto de vista da segurança interna através de mecanismos internos de ocupação de alunos e de reforço dos meios de apoio aos professores”.

O secretário de Estado referiu, também, na contratação de monitores e mediadores para apoio aos docentes “para tentar obviar dentro aquilo que é a importação de fora”. Valter Lemos garantiu desconhecer outros casos de violência e afirmou que não existe qualquer contacto por parte da Procuradoria-Geral ou do Ministério Público sobre questões de violência interna nas escolas.

A opinião dos sábios...


Sobre a indisciplina nas escolas falaram ao Diário Económico alguns sábios.


A desfaçatez é tanta que alguns falam de cátedra e com total distanciamento, como se não fossem eles, por acção ou por omissão, alguns dos principais responsáveis pela realidade actual, por via das funções que exerceram como ministros da educação.

É evidente que parte substancial do problema deriva da sociedade e das famílias.

Mas seria muito profícuo reflectir sobre os factores institucionais promotores da indisciplina produzidos tanto pelo Ministério da Educação como pelos próprios conselhos divertidos, o nome que em muitas escolas os alunos davam jocosamente ao conselhos directivos...




O que dizem ministra, ex-ministros e comentadores sobre o caso

Lurdes Rodrigues, Ministra da Educação
“É um oportunismo político estarem a misturar o Estatuto do Aluno, que é um quadro de regras que permite às escolas prevenir e agir, com este caso de indisciplina.”

Couto dos Santos, Ministro da Educação 1992-1993
“Lamento que os professores tenham vindo a perder autoridade. O que tem muito a ver com o comportamento dos pais dos alunos, que acham que os filhos têm sempre razão.”

Roberto Carneiro, Ministro da Educação 1985-1991
“Os miúdos chegam às escolas sem socialização. A escola não pode fazer o que os pais não fazem em casa. Têm que haver regras e elas têm que ser respeitadas pelos alunos.”

Deus Pinheiro, Ministro da Educação 1985-1986
“Hoje em dia, os meninos vivem numa redoma. Tolera-se-lhes tudo. Os meninos têm que aprender a respeitar a escola em todos os sentidos. O mal é o facilitismo que está instalado”

Veiga Simão, Ministro da Educação 1970-1974
“Nos anos 70 os casos de indisciplina eram resolvidos nas escolas. Os professores eram muito respeitados. Eram uma autoridade por si próprios. Há uma crise de autoridade na sociedade.”

Marcelo Rebelo de Sousa, Comentador
“[Maria de Lurdes Rodrigues] transformou os professores num bode expiatório, disse que não havia violência e perdeu nas propostas de aproximar os pais às escolas.”



O PGR e a anarquista



O Procurador-Geral já tinha alertado uma vez para o problema, como suficiente solenidade e acutilância.

Mas a anarquista recauchutada e transformada em ministra da educação desvalorizou as palavras de Pinto Monteiro.

O PGR volta ao assunto com a autoridade de quem conhece a realidade penal portuguesa.

Esperamos a reacção do grupo anarquista e associados.


Violência nas escolas

PGR quer mais autoridade para professores
O procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro, está preocupado com a criminalidade nas escolas e pediu para que seja atribuída uma maior autoridade aos professores.

Em declarações ao ‘Diário Económico’, esta terça-feira, Pinto Monteiro afirmou que está a acompanhar o caso da agressão a uma professora por parte de uma aluna numa escola do Porto.

Considerando ser necessário reforçar a autoridade dos professores, o PGR defendeu que os órgãos directivos das escolas deveriam ser obrigados a participar os ilícitos que ocorrem nos estabelecimentos de ensino, segundo a mesma publicação.
Pinto Monteiro considera também que a violência verificada nas escolas pode funcionar, em certos casos, como embrião para casos mais graves de criminalidade, salientando que, por vezes, os grupos que se formam nas escolas tornam-se em gangs de bairro armados e perigosos.

Correio da Manhã
25/3/2008


Este método teria sido mais eficaz...


Este método teria sido mais eficaz, mas não é aconselhável ser posto em prática em nenhuma escola sob tutela da DREN...

A senhora directora já tentou fazer algo semelhante: não a um telemóvel mas a um tal professor Charrua...





Francamente...


Como diria Vitalino Canas, se há tantas coisas que correm bem, para quê que os portugueses se hão-de preocupar com outras que não correm tão bem?

Os portugueses são mesmo ingratos...


Banca: Crédito malparado dispara

Calotes sobem 70 milhões em Janeiro

O crédito malparado subiu a um ritmo de 2,2 milhões de euros por dia no mês de Janeiro, traduzindo-se num aumento de 70 milhões de euros em relação ao mês de Dezembro. Uma demonstração das dificuldades financeiras sentidas pelas famílias portugueses, que ainda assim não deixam de recorrer aos bancos. No mesmo mês o montante de empréstimos concedidos a particulares aumentou 830 milhões de euros, de acordo com os dados ontem divulgados no Boletim Estatístico do Banco de Portugal.

Correio da Manhã
24/3/2008