Sarmento compara Sócrates a Chavez e Berlusconi e defende inquérito ao PGR
O antigo ministro do Governo de Durão Barroso, Nuno Morais Sarmento, defende que a actuação do Procurador Geral da República deve ser avaliada no âmbito das iniciativas parlamentares sobre as escutas no processo "Face Oculta" e compara José Sócrates a Sílvio Berlusconi e Hugo Chavez, concluindo que que o Governo "não tem condições para continuar".
Em declarações no programa “Falar Claro” da Renascença, o social-democrata considera que o comportamento de Pinto Monteiro “tem que ser tido seriamente em conta” nas iniciativas que vão ser tomadas e nas quais se encontra, para já, as audições propostas pelo PSD em sede de Comissão de Ética e, eventualmente, uma comissão de inquérito avançada pelo Bloco de Esquerda.
“Eu acho que isso também tem que, no Parlamento e neste conjunto de iniciativas que vão ser tomadas, ser tido seriamente em conta. Estamos a falar do Procurador Geral da República. Ele entendeu sobre esta factualidade que não havia sequer indícios de qualquer incorrecção social. O país inteiro viu o que estava escrito no “Sol” e depois querem que tenhamos confiança na justiça”, afirma.
Sobre os conteúdo das escutas divulgadas na notícia do semanário “Sol”, Nuno Morais Sarmento defende que a confirmarem-se “as conversas e os factos nela relatados é manifestamente evidente que o Governo não tem condições políticas para continuar a governar”, comparando depois José Sócrates ao Primeiro-ministro italiano e ao Presidente venezuelano.
“Isto é o que faz o senhor Berlusconi em Itália e o senhor Chavez na Venezuela, mas nós não somos nem a Venezuela nem o Engenheiro Sócrates tem a categoria do senhor Berlusconi que, apesar de tudo, comprou aquelas televisões, não anda aqui debaixo do tapete a fazer outras coisas”, disse.
No mesmo programa, o socialista Vera Jardim considerou ser “urgente” esclarecer este caso, pois se o Governo tiver “um plano para adquirir uma empresa para calar alguém acho mal, estou contra”.Negocios.pt
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Subscrementos plenamente
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Talvez seja a primeira vez que concordamos com Ana Gomes
Escutas
Portugal está a ser atacado por especuladores internacionais, que foram irresponsavelmente espicaçados pela oposição coligada para autorizar mais endividamento da Madeira.
Neste contexto, Portugal não precisa, não pode dar-se ao luxo, de mais nenhuma crise política.
Mas ela pode estar a incubar: as escutas publicadas, extraidas do processo judicial "Face Oculta", podem constituir jornalismo de buraco de fechadura e grosseira violação do segredo de justiça, mas o conteúdo indesmentido delas inquieta.
Nao é possivel - e, como socialista, não me parece útil - varrer para debaixo do tapete as questões que tais escutas suscitam: é preciso esclarecer se era, ou não, por instruções governamentais que a PT estava a negociar a compra da TVI à PRISA.
Acresce que o que foi publicado - e até hoje não foi desmentido - reforça dúvidas sobre a actuação das mais altas instâncias do Ministério Público. É o Estado de direito democrático que pode estar em causa.
Os mercados continuam enganados...
"Spread" da dívida portuguesa sobe para máximos de 11 meses
14:44 As obrigações do tesouro portuguesas estão a acentuar a queda, elevando o diferencial entre as "yields" da dívida portuguesa face à alemã para 166 pontos base, o que representa o "spread" mais elevado desde Março passado. A reflectir a pressão dos investidores sobre a dívida portuguesa, os CDS estão também em recorde.
Negocios.pt
Anedota do dia...
O dirigente socialista Augusto Santos Silva considerou hoje que a divulgação de escutas telefónicas efectuadas no processo Face Oculta «põe em causa fundamentos básicos de um Estado de Direito» e rejeitou que o Governo procure comandar a comunicação social
SOL
A OCDE também estará enganada?
Dados hoje divulgados
Portugal com quinta maior taxa de desemprego na OCDE em 2009
08.02.2010 - 12h23
Por Inês Sequeira
A taxa de desemprego em Portugal foi em 2009 a quinta mais elevada entre os 30 Estados-membros da Organização para a Cooperação Económica e Desenvolvimento (OCDE), de acordo com os indicadores hoje divulgados pela organização internacional.
Público
Pelo menos é bom pagador, aos amigos do PS...
O novo Governo de José Sócrates já recrutou quase um milhar de pessoas08.02.2010 - 07h55Por João d´Espiney
Sócrates, os 16 ministros e 38 secretários de Estado nomeiam, em média, 18,2 pessoas ara os gabinetes
O segundo Governo de José Sócrates já nomeou 1361 pessoas desde que assumiu funções no final de Outubro.
Só para os gabinetes ministeriais já foram recrutadas 997 pessoas, 323 sem qualquer vínculo à Administração Pública. Estas são as principais conclusões que se podem retirar da pesquisa efectuada pelo PÚBLICO aos despachos publicados em Diário da República até à última sexta-feira.
Estes números significam que o Governo de José Sócrates já nomeou mais pessoas do que os de Santana Lopes e Durão Barroso. Após cinco meses em funções - data em que foi feito o primeiro balanço das nomeações do primeiro executivo PSD/PP - Durão Barroso e os seus 18 ministros e 34 secretários de Estado tinham efectuado 1260 nomeações, das quais 940 para os gabinetes (250 sem vínculo à Administração Pública).
O balanço de dois meses e meio em funções do Governo de Santana Lopes (com 19 ministros e 37 secretários de Estado) permitiu concluir que tinha sido nomeado um total de 1034 pessoas, 946 das quais para os gabinetes (288 sem qualquer vínculo à AP).
Público
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Para a posteridade, fica aqui...
Face OcultaEscutas revelam o ‘esquema’ e os negóciosPor Ana Paula Azevedo e Felícia CabritaPode parecer ficção, mas o que ressalta das conversas telefónicas interceptadas no inquérito ‘Face Oculta’ é que um plano dominava a cabeça do primeiro-ministro e de um conjunto de homens da sua confiança ao longo de 2009: controlar a principal comunicação social do paísO plano envolveu directamente alguns dos principais gestores da PT e de outros grandes grupos económicos, mas também de bancos – todos qualificados como «os nossos».
O primeiro alvo que surge é a TVI e percebe-se que o «esquema» estava em marcha há quase um ano. Manuela Moura Guedes, que à sexta-feira abria o Jornal Nacional com notícias sobre o ‘caso Freeport’, era uma das vozes a silenciar. Mas para isso tinham de afastar da estação o director, José Eduardo Moniz. Armando Vara, quando a estratégia sofreu o primeiro revés, disse a frase certa numa das várias conversas interceptadas: «Esta operação era para tomar conta da TVI e limpar o gajo».
As primeiras escutas com relevância criminal são de Maio de 2009, com Paulo Penedos (advogado, dirigente do PS, assessor na PT e pivô para vários negócios) e Armando Vara (ex-dirigente do PS, muito próximo de Sócrates, e vice-presidente do BCP) a falarem do assunto com vários interlocutores.
No dia 26 de Maio, Penedos recebe um telefonema do administrador executivo da PT para quem trabalha: Rui Pedro Soares (ver biografia na pág. 9), o homem escolhido para ultimar o contrato com o grupo de media espanhol Prisa, que há muito se sabia estar vendedor de 30% da portuguesa Media Capital, dona da TVI.
Rui Pedro pede-lhe para ligar para a secretária de Manuel Polanco (líder da Prisa) na TVI, para «marcar a reunião para a semana, conforme combinado».
PT compra através de fundos
No dia seguinte, 27, Paulo Penedos dá conta dos seus receios a Américo Thomati (presidente executivo do Tagus Park, em representação da PT, a cujo quadro pertence). É que Zeinal Bava, presidente executivo da PT, não queria envolver o nome da empresa na compra e optara por engenharias participadas pelos bancos para a ocultar.
«O Zeinal já arranjou maneira de, não dizendo que não ao Sócrates, fazer a operação de forma que ele nunca aparece» – conta Penedos, explicando que vão «passar uns fundos para Londres». Thomati diz que «então são os fundos que aparecem a comprar». Paulo diz que não está disposto a ficar mal visto no mercado e o outro remata: «Não é conveniente para nenhum».
30% por 90 milhões
No dia 29 de Maio, Rui Pedro Soares diz que esteve «com o Júdice» (o advogado José Miguel Júdice, cujo nome é apenas referido, não existindo escutas de conversas com ele), que pensou outra solução. A Media Capital, empresa-mãe da TVI, detém outras participadas. Se a PT, aliada a parceiros de confiança, dividisse esse ‘bolo’ em fatias, conseguiriam dominar a holding através dos administradores lá colocados pelos vários compradores. Rui Pedro conta como se «inventou uma solução de antologia»: em vez de comprarem 30% da holding, «compram activos em baixo, o que permite que a PT, directamente, possa comprar a internet e a produtora de novelas, e que outras entidades mais inócuas vão comprar 30% da televisão».
Rui Pedro Soares e Paulo Penedos convocam para os ajudar João Carlos Silva (vogal da comissão executiva do Tagus Park e ex--presidente da RTP nomeado por Armando Vara, quando este foi ministro-adjunto de Guterres e tinha o pelouro da Comunicação Social).
No dia 2 de Junho, Rui pede a Paulo para fazer «aquele périplo pelos empresários do Porto, pessoas de confiança». Rui esclarece as contas: vão «comprar 30% por 90 milhões» e «era importante que o João Carlos conseguisse, pelo menos, uma participação de 9 milhões. Em dinheiro seriam 3 milhões, no máximo».
No dia 3 de Junho, Rui Pedro vai a Madrid, negociar com o patrão da Prisa, Manuel Polanco.
Manuela sai, para o entretenimento
No dia 5 de Junho, Penedos fala com um homem não identificado, mas que parece bem informado. Comunica-lhe que, na segunda-feira a seguir, vai ter «um dia lindo, que começa com Zeinal», às 8h45. Ao saber que, na reunião, o tema na mesa é a TVI, o interlocutor diz que «tem-se rido» com o assunto, pois tem «informação privilegiada».
Penedos revela que, quanto a «ela, Manuela Moura Guedes, vai ser anunciado já que vai sair» – «vai para o entretenimento». Moniz é um problema nesta altura ainda não resolvido: «Ele deve ser muito bom porque os espanhóis querem fazer a transição com tranquilidade». Têm medo de, «se o hostilizarem, perderem uma boa operação em Portugal» e afectarem os activos da Media Capital. O que Moniz «não sabe é que já não estão a pedir a cabeça dele». Ou seja, há outras formas de resolver a questão.
A 17 de Junho, Paulo Penedos não tem dúvidas sobre o desfecho do negócio e avisa um certo Luís (alguém que vive fora do país e que não surge identificado) de que «vai haver alterações imprevisíveis na comunicação social». Daí a dois dias, segundo as suas contas, a TVI «vai deixar de ser controlada por Moniz e Manuela».
O tal Luís quer saber se a Media Capital vai mudar de dono. Penedos garante o plano inicial, que apenas compram 30% à Prisa. Mas também poderão comprar o Correio da Manhã a Paulo Fernandes – já que o dono da Cofina, com a quebra das receitas de publicidade, admite desfazer-se do diário se não entrar no negócio da TVI. Pediu «140 milhões, para começar a conversar».
Impresa na mira
A Impresa, grupo de Francisco Pinto Balsemão, também é envolvida. Foram então comunicadas à CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) duas operações, fora de Bolsa, de compra e venda de acções da holding do fundador do Expresso. A Ongoing, de Nuno Vasconcelos e Rafael Mora (accionistas da PT), compra mais 1,88% da Impresa. O BCP vendeu também a sua participação na Impresa, quase na mesma percentagem.
Paulo Penedos explica ainda ao incógnito Luís: «A confirmar-se a operação da TVI», esta «terá algum fôlego na reorganização da comunicação social, da qual apenas lhe dá um lamiré» – as «transacções do grupo Impresa nas últimas horas». «Está tudo ligado».
A encenação e o jogo psicológico noutras esferas de poder também não são descurados. Entre os sócios do Benfica opositores a Luís Filipe Vieira, surgira o movimento ‘Vencer, Vencer’ que convida Moniz para se candidatar à presidência do clube. O director da TVI admite estar a pensar seriamente no assunto – e Paulo Penedos vê logo aí «um sinal», uma «saída» mesmo.
Em conferência de imprensa, Moniz anuncia que afinal desiste, pois não tem tempo para preparar convenientemente a candidatura.
Paulo Penedos lamenta, mas acha que isso até «foi bom»: acabou por ser uma excelente «cortina de fumo», que já deixou às pessoas a ideia de que o próprio Moniz até está disponível, tem vontade em sair da direcção da TVI sem dramas e conotações políticas.
O negócio com a Prisa está quase fechado. A 19 de Junho, Rui Pedro Soares manda Paulo Penedos tratar de enviar a Manuel Polanco «um documento», por email. Penedos fala com a secretária do líder da Prisa em Madrid, diz-lhe que «é a versão definitiva».
Jantar com Sócrates: ‘é tudo ou nada’
Estava-se a 19 de Junho e Rui Pedro comenta com Penedos que está «tudo a seguir o seu caminho» e que vai «jantar com o 1.º». Telefona três horas depois e conta que «o chefe estava bem disposto».
No dia seguinte, 20 de Junho, Moniz dá uma conferência de imprensa e Paulo faz o relato a Rui: «Não tem nada de pessoal contra o primeiro--ministro» e «terá dito que, se não o ouvirem na alteração ao projecto, sai sem fazer barulho».
Então, conclui Rui, «a abordagem está a correr bem». Mas avisa que há uma alteração de última hora: Sócrates diz que «tem de ser a PT, especificamente, a fazer a operação». Penedos pergunta-lhe se o documento que foi para a Prisa já reflecte isso e a resposta é afirmativa. Rui, aliás, tem viagem marcada para Madrid daí a três dias para fechar o negócio. Penedos desabafa que «é uma situação de risco» e que tem «mais medo do lado interno».
Internamente, porém, a situação parecia salvaguardada. A PT assumia o negócio e Rui seria o substituto de Moniz. Para isso, teria de fazer uma espécie de comissão de serviço na Prisa. Sócrates – que é apelidado pelos seus como o «chefe» ou «chefe maior» – dissera-lhe que tinha de ir para a Prisa «durante três meses». O que ele acata: «O chefe diz que é tudo ou nada e que não pode ficar com a fama e sem o proveito».
Rui Pedro adianta que também «já está escolhido o homem da informação, o Paulo Baldaia» (director da TSF, rádio do grupo Controlinveste, de Joaquim Oliveira, que inclui o DN e o JN).
Notícias colocadas nos jornais
Mas o caso Benfica/Moniz, causara interrogações nos jornalistas e começam a circular informações de que a PT estava na corrida à TVI. Além disso, a súbita mudança de planos obriga a acções rápidas.
A 23 de Junho, terça-feira, Rui Pedro Soares parte para Madrid, num avião a jacto, para ultimar o negócio com a Prisa. Pelo telefone, comenta com Penedos a manchete do Diário Económico (da Ongoing) que satisfaz os seus objectivos. O jornal dá conta de que não apenas a PT, mas também a Telefónica estão na guerra pela Media Capital.
Nesse mesmo dia, a PT é obrigada a fazer um comunicado à CMVM em que admite o interesse estratégico na Media Capital – mas nega ter sido concretizado qualquer acordo.
Rui e Paulo esfregam as mãos: ambos concordam que, dada a forma como as coisas foram feitas, só uma teoria da conspiração anularia a ideia de que se tratou de uma «guerra entre empresas». «Ao menos a notícia já não sai de chofre».
O ego dos dois é enorme e Rui Pedro Soares festeja o rasgo intelectual de ambos: «Podemos escrever um livro e ser pagos a peso de ouro». Com a campanha eleitoral à porta, comenta que merece mesmo ser recompensado pelos seus feitos – depois disto, espera «obter do chefe ‘luz verde’ para lhe tratar da comunicação durante três meses».
Rui telefona para Armando Vara: «O que lhe está a parecer a comunicação?». O homem do BCP não vacila: «Boa».
Mas a rápida inversão de estratégia deixa os mais próximos preocupados. José Penedos (presidente da REN) não percebe, mas o filho explica-lhe que se trata de «uma cortina de fumo para dar a ideia de que há mais interessados e que se trata de algo com mero interesse empresarial para justificar a operação».
‘Isto é que é uma tristeza total’
Conta ainda ao pai como Rui voara para Madrid num jacto particular, com as minutas do contrato na mão, que já lhes tinha enviado por email. Os bancos com que a Prisa trabalha «não estavam a aceitar as condições financeiras» e, «por isso, estão agora a negociar». E adianta: «As minutas não foram feitas por mim mas pelo Bes Investimentos». José Penedos ri-se: «Isto é que é uma tristeza total».
Aos primeiros minutos do dia 24, Paulo Penedos reporta a Rui Pedro Soares as manchetes dos jornais da manhã seguinte, que está a ver nas televisões. Mas Rui, em Madrid, ainda está preocupado com outros imbróglios do negócio. Estão a terminar «um novo documento para o Moniz assinar». Vai mandar-lhe, para Penedos o ler.
A notícia correcta já está em alguns jornais, que não engoliram a história do interesse da Telefónica: o diário i tem como manchete «PT compra 30% da Media Capital». Os comentários sobre Moniz e as más relações com o Governo multiplicam-se e o ambiente começa a ficar tenso.
Rui Pedro Soares e Paulo Penedos apostam que houve fuga de informação. Paulo recebe os ecos da PT, que está dividida. Agora «está toda a gente contra» – «o chairman (Henrique Granadeiro) está contra», «o Zeinal faz isto porque é um profissional, mas está-se a torcer».
Rui Pedro Soares sabe que vai receber ataques, mas continua mais preocupado com José Eduardo Moniz, que ainda não saiu de cena: «Se o Moniz é corrido sem nós entrarmos, é melhor para a PT», mas «é pior para o ‘chefe máximo’».
Um contrato para Moniz
Paulo não tem dúvidas que «os gajos que trabalharam ali espalharam» informações. Por seu lado, Rui já informara quem de direito: «Disse ao Sócrates que tem a noção que andam nisto há dez meses e que só nos últimos dias é que…». Mas o primeiro-ministro tinha uma ideia fixa: «O Sócrates perguntou-me se não era melhor correr com o Moniz antes da PT entrar». Rui garantiu-lhe que não, porque «tem uma grande pára-choques para ele» (o ‘chefe’).
E Penedos: «Custe o que custar em termos de dinheiro, por muito que um gajo possa pensar que o crime compensa ou vamos beneficiar o gajo, o Moniz devia sair confortável para estar calado».
Mas o que os deixa mais moídos são os comentários do socialista Arons de Carvalho no i, ao dizer que teme que a entrada da PT na TVI possa ser vista como tentativa de pressão do Governo: «Parece que põe cá a história toda e, ainda por cima, burro, dá como certa a entrada da PT».
Dia 24 é dia de debate na Assembleia da República, entre Governo e oposição e os homens do plano adivinham que vem aí um ataque a Sócrates.
Ainda em Madrid, com ordens para manter o plano, Rui aguarda a todo o momento a hora em que irá falar com a Prisa. Dá então instruções a Penedos para meter de imediato uma pessoa num avião, para lhe levar o seu computador a Madrid.
Entretanto, pede-lhe que vá ao seu gabinete e entre no seu email – «a password é ‘Sócrates2009». O contrato de Moniz está concluído e tem de ser «entregue a Zeinal».
Falta um minuto para as 11 horas da manhã, quando Fernando Soares Carneiro (outro administrador executivo da PT) telefona a Armando Vara. Recorda-lhe o almoço em que falaram «das perpétuas» (acções de direito perpétuo, que também pode significar golden share) e pergunta ao vice-presidente do BCP quando «termina o prazo». Este responde que «precisam de tomar uma decisão hoje». Fernando diz-lhe que «interessa que esteja a ser analisado o pacote da PT» – Vara responde apenas que «está» e «o outro está mas não é para já».
À mesma hora, Paulo Penedos lê um documento a Rui Pedro Soares. Trata-se de um contrato de prestação de serviços para «consultor» do grupo PT na área dos audiovisuais. Pela conversa de ambos, deduz-se que seria um contrato para Moniz assinar.
Sócrates já falou com Zapatero
Paulo Penedos diz a Rui que Soares Carneiro lhe «disse que o negócio estava feito», pois «ontem à noite o Zapatero (chefe do Governo espanhol) tinha falado com Sócrates».
São três horas da tarde (ainda do dia 24) e Rui Pedro Soares pergunta a Penedos «se a Mediapro já disparou» (trata-se de outro grupo de media espanhol, dono da cadeia La Sexta, que em Maio de 2009 os jornais espanhóis diziam ser alvo do interesse da Prisa, que estudaria uma fusão). Penedos responde: «A informação que há aqui é que dispararam; a Mediapro e as acções da Prisa dispararam 9%».
Como condicionar Cavaco
Ainda na mesma conversa, Rui Pedro Soares equaciona mais uma ideia: «As rádios (da Media Capital) vão ser compradas pela Ongoing e pelo genro de Cavaco» (o empresário Luís Montez).
Penedos comenta que «isso é bom» e pergunta--lhe se é «o autor desta patifaria». Rui Pedro acrescenta, referindo-se a Cavaco, que «é o preço da paz e que esse cala-se logo, fica a cuidar dos netos».
O debate no Parlamento começa por essa altura e Penedos vai relatando o que se passa a Rui Pedro Soares. Diogo Feio, deputado do CDS, pergunta a Sócrates se o Governo está a par do negócio da PT/TVI. E o primeiro-ministro perde a calma, mas nega: «O Governo não dá orientações nem recebe informações da PT».
Rui Pedro pede então a Paulo que vá aos estatutos da PT ver em que circunstâncias a golden share do Estado na empresa tem de dar parecer. Penedos pergunta se o negócio «está fechado ou não». Rui diz que sim, mas, como a questão «Moniz não está fechada», ele também «não fecha» – não quer «cair do cavalo abaixo, deixando a questão do Moniz por assinar antes de assinarmos». «Os gajos estão debaixo de uma pressão terrível pois as acções da Prisa cresceram hoje 14%», acrescenta. Mas chegam à conclusão que «está tudo feito em fanicos».
À noite, Armando Vara recebe um telefonema de outro arguido no ‘Face Oculta’, o empresário Fernando Lopes Barreira, que lhe pergunta se viu «a entrevista da ‘bruxa’» à SIC Notícias (referindo-se a Manuela Ferreira Leite, líder do PSD). Vara responde que não e o amigo comenta que «saiu-se bem».
Vara diz que já ouviu dizer que ela disse que Sócrates mentiu, ao dizer que não sabia de nada. Comentam que «não se dizia uma coisa dessas». Vara diz que «ninguém acredita que não soubesse», diria antes que «foi um erro trágico», «ele tinha de ter dito que não foi oficialmente informado, mas tinha conhecimento disso». Termina a dizer que as cisas vão correr mal e Lopes Barreira responde que não tem a mínima dúvida. No dia seguinte, 25, Cavaco Silva desafia publicamente a PT a esclarecer o que se passa. Zeinal Bava, presidente executivo da PT, vai à RTP dizer que não havia negócio nenhum, apenas uma disponibilidade de ambas as partes. Nos bastidores discute-se: avança-se ou não se avança. Até que Sócrates anuncia que, se a PT prosseguir, o Estado usará a golden share para vetar o negócio.
O plano sofre assim um sério revés, mas não ficaria por aqui.
Retrato de Sócrates e do Pais

Alegadamente, o primeiro-ministro aprovou (ou, pelo menos, conhecia) um plano secreto e pouco saboroso para remover alguns críticos, que o irritavam, fazendo comprar a TVI e parte da imprensa por gente da sua confiança. As criaturas que ele queria exterminar eram, entre outras, o casal José Eduardo Moniz-Manuela Moura Guedes, como responsável pelo Jornal de Sexta, e José Manuel Fernandes, como director do PÚBLICO. Isto, a ser verdade, roça o absurdo. Nem o Jornal de Sexta, nem o PÚBLICO tinham o poder de pôr em risco o Governo ou sequer de afectar significativamente o prestígio e o estatuto de Sócrates. Se alguém tinha esse poder era o próprio José Sócrates, para não falar no grupo obscuro e anónimo, que, segundo se depreende dos documentos que o Sol revelou, o serviu zelosamente no terreno.Não vale a pena insistir na ilegalidade e, sobretudo, na profunda imoralidade da operação, se por acaso existiu como a descreveram. Em qualquer sítio para lá de Badajoz, nenhum político sobreviveria um instante a essa grosseira tentativa de suprimir com dinheiro público o livre exame e a livre crítica, que a Constituição e os costumes claramente garantem. Mas não deixa de surpreender (e merecer comentário) que um primeiro-ministro de um partido que se gaba das suas tradições democráticas, declare por sua iniciativa, e sem razão suficiente, guerra aberta à generalidade dos media, que não o aprovam, defendem e bajulam. Não há precedentes na história deste regime de um ódio tão obsessivo à discordância, por pequena que seja, ou a qualquer oposição activa, de princípio ou de facto.
O autoritarismo natural de Sócrates não basta para explicar essa aberração na essência inteiramente inexplicável. Tanto mais que ela o prejudica e dá dele a imagem de um homem inseguro e fraco. Pior ainda: de um homem desequilibrado e perigoso. A única hipótese plausível é a de que o primeiro-ministro vive doentiamente no mundo imaginário da propaganda. Ou melhor, de que, para ele, a propaganda substituiu a vida: Sócrates já não partilha ou nunca partilhou connosco, cidadãos comuns, a mesma percepção de Portugal. Do "Simplex" que nada simplifica ao estranho melodrama sobre as finanças da Madeira que nada pesam, aumenta dia a dia a distância entre o que país vê e compreende e o que o primeiro-ministro afirma enfaticamente que é. Está perto o ponto em que só haverá uma solução: ou desaparece ele ou desaparecemos nós.
Vasco Pulido Valente
Público
sábado, 6 de fevereiro de 2010
O buraco da fechadura
Transparente

Esta foto, tirada daqui, deixa-nos ver um carácter...
Faz transparecer o que está por trás da face, o que se oculta na ilusão do teatro e da propaganda...
Não há fato Armani, nem sapatos Prada, nem maquilhagem televisiva que disfarcem o negrume de uma alma que nenhuma campanha de branqueamento consegue aclarar.
É um perfeito retrato psicológico!...
É a própria criatura vista por dentro, sem máscara!...
Citação do dia
O sistema político chegou a um limite extremo. Tudo passou para outro patamar.
Pedro Santana Lopes
Jorge Sampaio e Cavaco Silva, as duas personagens do sistema que derrubaram Santana Lopes, continuam a gerir as suas vidas pessoais, suportando a bancarrota ética em que Sócrates lançou Portugal...
Subscrevemos!
"Eu espero que o Presidente da República mande chamar o primeiro-ministro para o demitir porque se assim não for não estamos a viver numa democracia", afirmou, acrescentando que Cavaco Silva "só tem uma solução ou então também não pode ser Presidente da República".
Manuela Moura Guedes
Público
Ainda outro nojo, o próprio...
Marinho Pinto: Divulgação de despacho do juiz visa "torpedear decisão" do STJ para destruir escutas
05.02.2010 - 18:40 Por Lusa
O bastonário dos advogados, Marinho Pinto, encara a divulgação na imprensa de escutas do processo "Face Oculta" inseridas no despacho de um juiz como "uma forma de torpedear a decisão" do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) para serem destruídas.
Sobre o essencial, Marinho Pinto, outro elemento do sistema, nada diz.
Só lhe interessa torpedear os que investigam e denunciam os crimes de José Pinto de Sousa...
É só mais um nojo...
Nota editorial do CM
RIQUEZA E JUSTIÇA
Se Portugal, nos seus principais agentes políticos e da Justiça, aceita com normalidade, ou traveste de meras conversas privadas, um plano gizado para sufocar a Imprensa incómoda e alterar o equilíbrio de poderes constitucionais, já pouco falta para matarmos a democracia.
Um Estado pode ser pobre, não dar o melhor horizonte aos seus filhos, pode até ser esbanjador na pressão dos interesses corporativos e incapaz de modernizar o ensino e o tecido produtivo. Um Estado pode ser tudo isto mas para mudar e fortalecer-se tem que manter a honra.
À luz da legitimidade das assembeias constituintes. E, em respeito aos que se bateram por um regime de democracia representativa, Portugal não pode aceitar no topo do Executivo quem sobre si tenha sérios indícios de privilegiar interesses próprios e planos privados, em detrimento do interesse público.
No traço do interesse público estão sagrados princípios constitucionais. Entre estes o direito de acesso a uma informação plural, que possa fomentar o conhecimento e consciência necessários ao voto dos cidadãos. Voto onde se funda o poder soberano do povo.
Perante o revelado sobre a complexa trama atribuída ao actual primeiro-ministro e seus homens de confiança, visando anular ou tolher outros poderes legítimos – desde logo o do Presidente da República –, a pergunta é: como puderam o líder do Supremo Tribunal e o PGR travar o pedido de inquérito aos indícios da prática do crime de atentado ao Estado de Direito?
Este País ainda é pobre. E jamais será rico se os cidadãos não se sentirem iguais aos olhos da Lei e do Estado. Este País é pobre, sim. E uma Justiça subserviente, de mão estendida às benesses do poder executivo, em muito contribui para isso. Este País é pobre – mas é na sua crise de valores que cada vez mais se funda uma estrutural tibieza económica.
Alguém com o perfil que José Sócrates revela pode ainda fazer parte de uma solução credível para Portugal? Este parece ser, cada vez mais, o cerne do problema.
Ainda outro nojo...
Assimetria
Em nome da liberdade de opinião, os jornalistas defendem o seu direito de maldizer os políticos até ao insulto. Mas ficam sempre muito revoltados quando os visados resolvem emitir opinião sobre eles...
Mais um nojo...
Face Oculta
Pinto Monteiro recusa-se a reabrir escutas de Sócrates
06.02.2010 - 08:55 Por António Arnaldo Mesquita, Mariana Oliveira
O Procurador-Geral da República (PGR), Pinto Monteiro, recusa-se a falar na eventual reabertura das investigações ao primeiro-ministro José Sócrates após a divulgação de vários despachos judiciais e de escutas telefónicas que dão conta de "fortes indícios da existência de um plano em que está directamente envolvido o Governo para interferência no sector da comunicação social, visando o afastamento de jornalistas incómodos e o controlo dos meios de comunicação social", nas palavras do procurador, João Marques Vidal.
Público
Transcrição do dia
Nojo
São frases das escutas do caso Face Oculta, reveladas pelo semanário Sol, e envolvem o primeiro-ministro, dirigentes do PS e altos quadros de empresas com participação do Estado. Para onde conduziram este país? E agora? O que fazer com tal gente?"Esta operação era para tomar conta da TVI e limpar o gajo", Armando Vara, administrador do BCP
"O Zeinal já arranjou maneira de, não dizendo que não ao Sócrates, fazer a operação de forma que ele nunca aparece", Paulo Penedos, advogado da PT
"Vai ser anunciado que [Moura Guedes] vai sair, vai para o entretenimento", Paulo Penedos, idem
"O chefe diz que é tudo ou nada e que não pode ficar com a fama sem o proveito", Rui Pedro Soares, administrador da PT
"Isto é que é uma tristeza total", José Penedos, presidente da REN
"Custe o que custar em termos de dinheiro, por muito que um gajo possa pensar que o crime compensa, ou vamos beneficiar o gajo, o Moniz devia sair confortável para estar calado", Paulo Penedos, advogado da PT
"As rádios da Media Capital vão ser compradas pela Ongoing e pelo genro do Cavaco (Luís Montez). É o preço da paz e que esse cala-se, fica a cuidar dos netos", Rui Pedro Soares, administrador da PT
Balanço da semana
Pinto Monteiro continua procurador-geral da república...
Noronha do Nascimento continua presidente do Supremo Tribunal de Justiça...
Teixeira dos Santos continua ministro das finanças...
José Sócrates continua primeiro-ministro...
Cavaco e Silva continua impavidamente a gerir a sua carreira...
Portugal continua a afundar-se...
Encenação
Mas uma vez montou uma jogada para atenuar os estilhaços de mais um escândalo.
E a jogada foi a tempestade feita num copo de água da lei das finanças regionais.
Ficaram todos distraídos, a imaginar outros objectivos. O objectivo foi principalmente este...
Só não sabemos se foi mera coincidência a revelação da descoberta do abrigo da ETA. Mas já não é a primeira vez que se despoleta um evento policial na decapitada PJ para atenuar o impacto noticioso de mais um escândalo socratino...
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Desmascarados o PGR e o Presidente do STJ...
Escutas proibidas indiciam plano de Sócrates para controlar TVI
O SOL revela um extracto do despacho do juiz do caso ‘Face Oculta’ sobre as escutas proibidas ente Paulo Penedos e Armando Vara. O texto garante que há indícios de um plano para controlar a TVI, envolvendo SócratesO extracto do despacho do juiz do processo ‘Face Oculta’ refere que «das conversações entre Paulo Penedos eArmando Vara resultaram indícios muito fortes da existência de um plano em que está directamente envolvido o Governo, nomeadamente o primeiro-ministro, visando o controlo da estação de televisão TVI e o afastamento da jornalista Manuela Moura Guedes e do seu marido, José Eduardo Moniz, para controlar o teor das notícias».De acordo com o mesmo despacho, «resultam ainda fortes indícios de que as pessoas envolvidas no plano tentaram condicionar a actuação do Presidente da Republica, procurando evitar que o mesmo fizesse uma apreciação crítica do negócio».
Ainda na primeira página o SOL publica um editorial sobre a divulgação do despacho:
A publicação dos textos incluídos nesta edição sobre o caso Face Oculta suscitará acusações de violação do segredo de Justiça. Tal não tem fundamento. A questão sobre a qual versam estas notícias – a existência de um plano para controlar a comunicação social – já não se encontra em segredo de Justiça, visto que foi objecto de uma decisão de arquivamento por parte do presidente do Supremo Tribunal de Justiça. Decisão essa que não tem recurso e determina a destruição das escutas. Para todos os efeitos, é matéria transitada em julgado.
Na sua intervenção na abertura do ano judicial, o Presidente da República apelou aos meios de comunicação social para não violarem o segredo de Justiça, pois «a investigação não deve ser perturbada por fugas de informação ou interferências externas», devendo antes «prosseguir o seu caminho até ao fim, com eficácia e tranquilidade».
Ora, a investigação judicial sobre este assunto seguiu o seu caminho ‘até ao fim’, tendo o procurador-geral da República e o presidente do Supremo decidido sobre ele como entenderam. Cabe agora aos leitores avaliar se a Justiça actuou bem ao desvalorizar estes dados – ou se, pelo contrário, com essa decisão procurou proteger o poder político. Este é o primeiro trabalho de uma investigação levada a cabo pela equipa do SOL. Nas próximas edições continuaremos a publicar o resultado desta investigação jornalística.
SOL
A mentira tem perna curta...
05 Fevereiro 2010 - 00h30Contrato: Juiz considerou que José Sócrates cometeu um crime
PJ apanha PT no ‘Face Oculta’
A Polícia Judiciária apreendeu uma minuta de um contrato de aquisição da Media Capital por parte da PT. Esta é uma das provas reunidas na investigação do processo ‘Face Oculta’ e demonstra a existência de um negócio que visava a compra da TVI.Costa Gomes, juiz do Tribunal de Aveiro, considerou o documento um indício do envolvimento do primeiro-ministro José Sócrates no que entendia ser uma estratégia para condicionar a liberdade de expressão. Manuela Moura Guedes seria afastada, José Eduardo Moniz silenciado. 'Um plano em que estará directamente envolvido o Governo, nomeadamente o primeiro-ministro, visando o controlo da estação de televisão TVI e o afastamento da jornalista Manuela Moura Guedes e do seu marido, José Eduardo Moniz, para controlar o teor das notícias', escreve o juiz, na certidão enviada para a PGR e que indiciava José Sócrates pelo crime de atentado contra o Estado de Direito.
O mesmo despacho diz ainda que o plano se tornava claro através da análise de conversações mantidas entre Paulo Penedos e Armando Vara.
O mesmo magistrado considerava que das conversas 'resultavam fortes indícios de que as pessoas envolvidas no plano tentaram condicionar a actuação do presidente da República procurando evitar que fizesse uma apreciação crítica do negócio'.
JUIZ ABRE SEGREDO DE JUSTIÇA AOS ASSESSORES JORNALISTAS
O juiz de Aveiro, António da Costa Gomes, autorizou que os jornalistas se constituíssem assistentes no processo. No despacho ao requerimento de Vítor Raínho, subdirector do semanário ‘Sol’, jornal que hoje divulga parte das escutas envolvendo o primeiro-ministro, o acesso aos autos abrange as certidões que não deram origem a processos-crime. Aí, o juiz autoriza que sejam conhecidos os documentos que levaram à extracção das certidões, permitindo depois o acesso a parte das escutas já que os mesmos documentos faziam referência às ditas conversações.
O juiz negou ainda o acesso aos 'produtos' (escutas integrais) envolvendo o primeiro-ministro, por as mesmas terem sido mandadas destruir pelo Supremo Tribunal de Justiça. A obrigação de manter o segredo de justiça apenas abrange o autor do requerimento, neste caso o subdirector.
Eduardo Dâmaso/Tânia Laranjo/Manuela Teixeira
Correio da Manhã
Impunidade da crapulice...
05 Fevereiro 2010 - 13h34Plano visava controlar comunicação social
Sócrates: Indícios de “atentado contra Estado de Direito”
O procurador da República e o juiz de instrução do processo ‘Face Oculta’ mandaram extrair certidões para que fosse instaurado um inquérito a um plano do Governo, liderado pelo primeiro-ministro José Sócrates para controlar a TVI e outros meios de comunicação social, algo que significa indícios de “atentado contra o Estado de Direito”.Tal como o CM anunciou esta sexta-feira, a Polícia Judiciária apreendeu uma minuta de um contrato de aquisição da Media Capital por parte da PT. Esta é uma das provas reunidas na investigação do processo ‘Face Oculta’ e demonstra a existência de um negócio que visava a compra da TVI.
Costa Gomes, juiz do Tribunal de Aveiro, considerou o documento um indício do envolvimento do primeiro-ministro José Sócrates no que entendia ser uma estratégia para condicionar a liberdade de expressão. Manuela Moura Guedes seria afastada, José Eduardo Moniz silenciado.'Um plano em que estará directamente envolvido o Governo, nomeadamente o primeiro-ministro, visando o controlo da estação de televisão TVI e o afastamento da jornalista Manuela Moura Guedes e do seu marido, José Eduardo Moniz, para controlar o teor das notícias', escreve o juiz, na certidão enviada para a PGR e que indiciava José Sócrates pelo crime de atentado contra o Estado de Direito.
O despacho diz ainda que o plano se tornava claro através da análise de conversações mantidas entre Paulo Penedos e Armando Vara.
O mesmo magistrado considerava que das conversas 'resultavam fortes indícios de que as pessoas envolvidas no plano tentaram condicionar a actuação do presidente da República procurando evitar que fizesse uma apreciação crítica do negócio'.
REACÇÕES
O gabinete do primeiro-ministro disse à SIC Notícias que não será feita qualquer reacção, para já, e sublinhou que caso foi arquivado.Já Pacheco Pereira reagiu à notícia sustentando que o caso demonstra existir uma perseguição do actual Governo à comunicação social. “Estamos perante um padrão de intolerância”, disse o deputado social-democrata aos jornalistas, lembrando ainda o caso recente de Mário Crespo. “O que é grave é que há actos. Não é apenas um problema de opiniões”, sustentou.
Correio da Manhã
Credibilidade
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
O "algodão" não engana...
Bem podem os incompetentes e alucinados atacar as agências de notação de risco e morder os "animalescos" mercados.
A verdade é o que é e não há orçamentos criativos que lhe valham.
Pelo menos os investidores estrangeiros perceberam quem é esta choldra...
Bolsa com a maior queda desde o rescaldo da falência do Lehman
15:16 A bolsa nacional acentuou as perdas para mais de 5%, registando assim, a maior queda desde o rescaldo da falência do Lehman Brothers. Os investidores nacionais intensificaram as preocupações relativamente à dívida nacional, depois de Almunia ter ontem admitido semelhanças com a Grécia.
Acha que o Governo vai cair?
Parece-nos que este governo não cai pela simples razão de que já caiu se é que alguma vez se ergueu. Jaz prostrado no chão, num lamaçal de incompetência e de indignidade.
O maior serviço que Sócrates pode prestar ao País é ir-se embora.
Mas claro, fora do poder pode ter pela frente a barra de um tribunal.
Ele sabe-o. É mais seguro continuar a bloquear o Freeport!...
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Para que servem os deputados?
Francisco Assis, a voz de Sócrates no Parlamento, manda, e a carneirada obedece.
Ficou claro até onde vai a democracia dentro o PS...
A incompetência tem um preço...
03.02.2010 - 18h59Por LusaO custo de subscrever a protecção para um eventual incumprimento da dívida portuguesa disparou hoje para o valor mais alto de sempre, com os Credit Default Swaps sobre obrigações de Portugal a registar a maior subida do mundo.
Depois de ter tocado nos 196,2 pontos, os dados da Credit Market Analysis revelam que os Credit Default Swaps (instrumento de cobertura do risco da dívida, ou contratos de resseguro contra as perdas financeiras de empresas ou bancos) para as obrigações com maturidade de cinco anos estavam às 17h45 a subir 17 por cento para 195,8 pontos.
É a maior subida em termos mundiais no que toca a dívida soberana.
Boa malha
Sócrates é uma ameaça à liberdade
O "caso Mário Crespo" é apenas o último episódio de uma longa lista de factos que comprova uma coisa: José Sócrates é um político intolerante, que não sabe lidar com a liberdade.
Henrique Raposo (www.expresso.pt)
9:34 Quarta-feira, 3 de Fev de 2010Esta lista foi feita de memória. Uma outra pesquisa, mais apurada, será capaz de apanhar mais factos. Mas estes, por enquanto, chegam:
1. Se a memória não me falha, José Sócrates já processou nove jornalistas. Nove. Isto dá quase uma média de dois por cada ano de governação. Com estas acções judiciais, José Sócrates pretende intimidar toda a classe jornalística, forçando as pessoas que escrevem a fazer uma auto-censura permanente.
2. José Sócrates liga para as redacções e berra com jornalistas .
3. Muitos assessores, e até ministros, ligam para as redacções para berrar com jornalistas. Há dois ou três anos, Silva Pereira telefonou a Mário Crespo. Se não me engano, Crespo disse que a discussão com Silva Pereira não foi menos feia do que a célebre discussão com Valentim Loureiro.
4. No trato com os jornalistas, José Sócrates é constantemente mal-educado. A forma como tratou Judite de Sousa é inacreditável .
5. José Sócrates nunca responde a perguntas. Nem perante os jornalistas, nem perante os deputados. Ou seja, temos um primeiro-ministro que, de facto, nunca foi realmente entrevistado em mais de cinco anos de poder.
6. Numa famosa reunião entre José Sócrates e blogueres, a ligação em directo caiu. Nunca saberemos por que razão a ligação caiu. Mas sabemos que, antes de entrar na dita reunião, José Sócrates deu uma introdução filosófica sobre a "liberdade respeitosa". Salazar, na tumba, aplaudiu.
7. A revista "Sábado" fez este estudo . Elucidativo.
8. José António Saraiva fez estas declarações. Nada aconteceu.
9. O desaparecimento do telejornal de Manuela Moura Guedes. Vamos dar de barato uma coisa: OK, Sócrates não teve nada que ver com o desaparecimento desse telejornal; uma estação de televisão teve apenas um colapso da inteligência e destruiu um dos seus programas mais famosos. Mesmo assim, há várias coisas inadmissíveis neste caso. Pela primeira vez na história da nossa democracia, um político transformou uma jornalista no seu principal adversário político. O PS, de forma "chavista", montou uma guerra a Manuela Moura Guedes. Depois, já com o JN6 encerrado, José Sócrates ainda jogou umas piadinhas sobre o assunto. Essas piadinhas, que revelam toda uma personagem política pouco recomendável, estão gravadas num vídeo que apanhou os minutos de conversa entre José Sócrates, Francisco Louçã e Judite de Sousa (antes da entrevista na RTP). Esse vídeo esteve disponível aqui neste site.
10. José Sócrates montou guerra ao director do jornal "Público", José Manuel Fernandes.
Estado a comprar dívida pública
Contas Poupança-Futuro03.02.2010 - 12h22Por PÚBLICOAs contas-bebés vão servir para financiar o Estado, através da aquisição de títulos de dívida pública, noticia hoje o Jornal de Negócios.
Em causa está uma medida anunciada pelo Governo na última segunda-feira, a Conta Poupança-Futuro, que é dirigida aos pais de crianças até oito anos de idade e que pode ser constituída nos bancos ou no Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP), entidade que emite os certificados de aforro.
No caso das contas constituídas junto do IGCP, os pais dos bebés estarão na prática a adquirir títulos de “dívida” pública.
Há sempre quem se venda por alguma coisa...
Vivéssemos nós mais longe da Europa e...
Crespo compara Sócrates a Estaline"Não é aceitável que venham dizer que a pessoa está doida, que precisa de ser internada num manicómio. É curioso, Estaline fez isso". Desabafos de Mário Crespo a propósito do que alegadamente José Sócrates terá dito sobre ele.
Negocios.pt
Solução final
Movimento emigratório actual comparado ao da década de 60
O presidente da Comissão de Especialidade de Fluxos Migratórios, Manuel Beja, julga que é preciso recuar até à década de 1960 para encontrar uma vaga de emigração tão grande em Portugal.
Público
Se fossem todos embora, ficaria Sócrates, Augusto Santos Sil, Silva Pereira, José Lello e outros tantos. Seria um país maravilhoso, só para eles.
Mais uns anos de governação e eles conseguem!...
O óbvio que estes loucos não percebem...
Vítor Bento"Não vale a pena discutir com as agências de rating porque só vai agravar o problema"Vítor Bento aconselhou hoje o Governo português a não entrar numa rota de colisão com as agências de "rating", avisando que, concorde-se ou não com elas, "os investidores escutam-nas e isso é que interessa".
Jornal de Negócios
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Nuno Santos...
Depois de, durante vários anos, ter socretinizado a SIC, enquanto Ricardo Costa socretinizou a SicNotícias, fica aclarado como, porquê e para quê saiu da RTP para vir servir o PS numa estação televisiva que estaria, aparentemente, imune ao poder da engenharia comunicacional do governo...
Muito interessante...
Jornalista da SIC diz que o termo "calhandrice" é extraordinário
Mário Crespo: "Começa a haver demasiados 'problemas' resolvidos"
02.02.2010 - 13:35 Por Sofia Rodrigues
O jornalista da SIC Mário Crespo afirmou hoje que "começa a haver demasiados 'problemas' resolvidos em Portugal", referindo-se a jornalistas que terão sido afastados de órgãos de comunicação social por serem vozes incómodas para o Governo.![]()
"Nesta direcção do JN, sou um problema resolvido, Moura Guedes, é um problema resolvido na direcção da TVI, José Eduardo Moniz é um problema resolvido na direcção da Media Capital, José Manuel Fernandes é um problema resolvido no PÚBLICO", disse Mário Crespo, em Guimarães, onde vai fazer uma intervenção nas jornadas parlamentares do CDS.
"Começa a haver demasiados ‘problemas’ resolvidos em Portugal e é altura de nos consciencializarmos das soluções que estão a ser aplicadas não as mistificarmos com nada", disse.
Numa crónica divulgada ontem no site do Instituto Sá Carneiro (depois da recusa do JN em a publicar), Mário Crespo revela que terá sido referenciado pelo primeiro-ministro como "um problema a resolver", durante um almoço com os ministros dos Assuntos Parlamentares e da Presidência, num restaurante em Lisboa.
Essa conversa, em que Sócrates também se terá referido ao profissional da SIC como um "louco", chegou ao conhecimento de Mário Crespo através de uma outra pessoa, numa mesa próxima. O jornalista assegura que nunca irá revelar o nome dessa pessoa, e confirma que era Nuno Santos, director-geral da SIC, que também estava no restaurante naquele dia, numa outra mesa.
Em reacção ao termo "calhandrice" utilizado por fonte não identificada do Ministério dos Assuntos Parlamentares para se referir a este caso, Crespo diz ser "extraordinário". "Só alguém que conhece bem o seu significado é que o usaria. Eu nunca me lembro de ter usado o termo", disse.
Questionado pelos jornalistas qual a razão de o artigo ter sido publicado no site do instituto ligado ao PSD, Mário Crespo diz não saber como é que isso aconteceu. O jornalista assegura que, no domingo, enviou o texto pelas vias normais (para dois endereços de e-mail do JN) e só na segunda de manhã foi alertado para a publicação no site do Instituto por uma notícia no site do jornal PÚBLICO.
O jornalista afirma ter, ontem de manhã, contactado Zita Seabra (da editora Altheia), para publicar um livro em que essa crónica será um "elemento determinante". O livro é lançado já na quinta-feira, com prefácio de Medina Carreira.
Público
A propósito da censura prévia...
Na edição electrónica, a dita folha volante cortou o mais importante, com a habilidade de remeter para a edição integral, em papel. Foi um corte cirúrgico, à Sócrates...
Resta-nos a leitura feita pelo Jornal de Negócios:
José Sócrates "não tem remédio"
"Este Portugal anda louco e o primeiro-ministro não tem remédio", escreve hoje José Eduardo Moniz, abordando o caso do artigo de Mário Crespo.
Jornal de Negócios Online
O ex-director geral na TVI, que assina um texto de opinião semanal no “Diário Económico”, aborda, entre outros temas, as denúncias feitas ontem por Mário Crespo, quando a um almoço realizado entre José Sócrates, Pedro Silva Pereira e Jorge Lacão, que se terão referido ao jornalista como sendo um “problema” a precisar de resolução.
“Creio que este Portugal anda louco e que o primeiro-ministro não tem remédio. Não há forma de entender o que é o jornalismo livre e ainda não percebeu que, em democracia, tem de conviver com a crítica, mesmo a mais desfavorável ou desalinhada”, aponta Moniz.
O ex-director geral da TVI foi ontem mencionado por Mário Crespo como tendo sido um “problema solucionado” pelo actual executivo, num lote de figuras incómodas como Manuela Moura Guedes, José Manuel Fernandes e Marcelo Rebelo de Sousa.
“Por razões óbvias, relacionadas com o meu passado recente na TVI, e com os acontecimentos ocorridos já após a minha saída daquela empresa, inibo-me de aprofundar o tema. Não há dúvida, no entanto, que com este primeiro-ministro, será difícil haver ambiente para o jornalismo com saúde. Nem com o tom de elegante que resolver vestir nos últimos tempos consegue fazer disfarçar a atitude perante os que com ele não são necessariamente concertados. É tipo conversa para inglês ver...”, acrescenta o vice-presidente da Ongoing Media.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Gostaríamos de saber...
Ainda há mais...

Depois de fazer o post anterior, vejo na Porta da Loja esta fantástica capa da VIP.
Por que precisará Sócrates de fazer querer à populaça que tem namoradas?...
Mas além disso, este mártir da Pátria ainda arranja tempo para namoradas?...
Se for tão bom com as gajas como é a gerir as finanças públicas...
Calhandrices?...
Recorde-se que há não muitos meses Mário Crespo admitia votar em Sócrates por não haver alternativa...
Nunca é tarde para se perceber a canalhada que nos (des)governa...
01-02-2010 - 19:50hMário Crespo: «Governo não se ocupa com calhandrices»
Eurodeputado acusa JN de censura e Governo faz primeiro comentário à polémica
Redacção / CLCO eurodeputado do PSD Mário David acusou o Jornal de Notícias de ter censurado um artigo de opinião do jornalista Mário Crespo, recusando a sua publicação, tendo a direcção do diário alegado que este não cumpria práticas internas.
Também fonte do Governo já reagiu considerando um tema uma «calhadrice».Mário Crespo, o novo problema de Sócrates
Em causa está a habitual coluna do jornalista da SIC Notícias, que hoje não saiu naquele diário, na qual o jornalista acusa membros do governo de terem falado depreciativamente sobre ele durante um almoço realizado em Lisboa.Contactado pela Lusa, fonte do Ministério dos Assuntos Parlamentares disse: «O Governo não se ocupa de casos fabricados com base em calhandrices».
Mário Crespo confirmou à Lusa que o director do JN lhe comunicou domingo «à meia-noite que não iria publicar» o texto, acrescentando ter optado por acabar a colaboração com o jornal. «Com esta direcção nunca mais escrevo», assegurou.
Jornal de Notícias recusou publicar artigo de Mário Crespo
O texto acabou por sair no site do Instituto Sá Carneiro, um organismo ligado ao PSD. Em declarações à Lusa, Mário David disse que hoje «estava à espera de ler a habitual crónica de segunda-feira do Mário Crespo no JN» e que, «se ela não apareceu e se aparece um texto que dizem que é o texto que deveria ter sido publicado», só pode concluir, afirma, que houve censura por parte do jornal.«Na minha terra isto só se chama censura. Se tem outro nome, digam-me qual é, que eu não conheço outro», declarou o eurodeputado do PSD e vice-presidente do Partido Popular Europeu (PPE).
Agora, segundo Mário Crespo, a mesma prosa vai ser «publicada em forma de livro, com o título «A Última Crónica», editado pela Altheya», com lançamento já marcado para dia 11 de Fevereiro.
IOL
Afinal, agora temos um garanhão

Sedução: Romance com prima da inimiga Manuela31-01-2010O estado de 'solteiro' de José Sócrates, de 52 anos, não vai durar muito tempo. Pelo menos se depender dos últimos rumores que em menos de uma semana atribuem agora uma segunda namorada ao primeiro-ministro: Guta Moura Guedes, prima e afilhada de Manuela Moura Guedes – inimiga declarada de José Sócrates.
Contactada pelo CM, a jornalista da TVI não se conteve e soltou uma estridente gargalhada quando questionada sobre a veracidade do rumor. 'Que disparate tão grande! Isso é impossível. O José Sócrates não tem affairs com mulheres', disse Manuela Moura Guedes, que de seguida ligou para a prima e afilhada para esclarecer o assunto.
'Estivemos a rir sem parar. Isso não passa de um rumor sem fundamento, embora haja muita gente que gostasse que o primeiro-ministro tivesse uma namorada como a Guta', acrescentou a jornalista, que tem um processo contra Sócrates.
EX DE JOSÉ CID FOI A PRIMEIRA
Além de Guta Moura Guedes, 44 anos, a consultora de imagem e estudante de Direito Maria Célia Tavares, 49, também consta no rol de conquistas do primeiro-ministro.
Rumores no meio do social dão conta de que a ex-namorada de José Cid terá roubado o coração do primeiro-ministro durante uma visita deste a uma loja onde trabalhou.
Vanessa AmaroJosé Cid elogia: “Daria uma excelente primeira-dama"30-01-2010Amigo de Maria Célia Tavares há mais de dois anos, José Cid garante que José Sócrates não poderia ter escolhido melhor namorada.
'A Maria Célia dará uma excelente primeira-dama', diz, peremptório, o cantor, para a seguir rasgar elogios à ‘personal shopper’. 'Tem uma presença incrível e é uma mulher muito educada, que sabe estar em qualquer tipo de ocasião. Além disso é uma pessoa muito simples, que não vive de aparências', acrescenta o cantor.
José Cid considera Maria Célia, de 49 anos, uma pessoa muito discreta e pouco namoradeira. 'Não lhe conheci muitos namorados, até porque é uma pessoa que gosta de estar sozinha. Nem sequer tem irmãos', explica o cantor, que quando confrontado sobre se chegou a namorar com a ‘personal shopper’ desmente o romance.
'É verdade que houve uma grande química entre nós e que chegámos a sair juntos algumas vezes, como aconteceu nos Globos de Ouro. Mas acabámos por não nos envolver porque percebemos que éramos pessoas muito diferentes. A Célia é uma mulher muito urbana e eu sou um homem do campo. Por isso não demos esse passo', diz José Cid, sem guardar mágoas. 'Apesar de as coisas não terem evoluído para um romance, ficámos muito amigos e temos uma relação bastante próxima.'
Rumores cada vez mais fortes apontam que, após um longo namoro com a jornalista Fernanda Câncio, terá sido Maria Célia Tavares a roubar o coração do primeiro-ministro, em Novembro. Ao que corre no meio social, o primeiro-ministro, de 52 anos, terá conhecido Maria Célia numa das suas muitas idas à Loja das Meias, em Lisboa, espaço comercial que fica a poucos metros da sua casa.
A consultora de imagem nasceu em Lisboa, nunca se casou e não tem filhos. Depois de uma temporada no Dubai, Maria Célia regressou à terra natal há dois anos. Desde Dezembro está desempregada, mas, além de supostamente se dedicar ao primeiro--ministro, está a tirar a licenciatura em Direito.
Miguel AzevedoSócrates próximo da ex-namorada de José Cid29-01-2010Depois do fim do longo namoro com a jornalista Fernanda Câncio, José Sócrates pode estar novamente apaixonado. Rumores cada vez mais fortes no meio social apontam para que a eleita seja Maria Célia Tavares, uma ex-namorada do cantor José Cid.
Ao que corre, a paixão terá despoletado em Novembro, numa das muitas visitas do primeiro-ministro à Loja das Meias, na Rua Castilho, em Lisboa, estabelecimento que fica a poucos metros da casa de Sócrates e onde Maria Célia trabalhou, até Dezembro, como ‘personal shopper’.
'A conversa entre eles foi longa desde o início. Saíram algumas vezes e agora estão envolvidos', garante fonte próxima da vendedora, sem querer identificar-se.
José Cid, que se mantém amigo de Maria Célia, não quis confirmar a notícia. Mas não deixou de tecer fortes elogios à ex-namorada. 'É uma excelente pessoa, muito fina e educada. É uma verdadeira senhora', disse o cantor. Contactado pelo CM, o gabinete do primeiro-ministro recusou fazer qualquer comentário.
A poucos dias de completar 50 anos, Maria Célia trabalhou no Dubai, como conselheira de imagem de algumas mulheres importantes daquele país, tendo regressado a Portugal há dois anos. Actualmente encontra-se desempregada. Ao que consta, parte do seu tempo livre tem sido dedicado ao primeiro-ministro.
FAMOSOS JÁ COMENTAM
O burburinho nos eventos sociais, em Lisboa, é cada vez mais forte. 'José Sócrates andará com a ex-namorada de José Cid?' tem sido o principal tema de conversa. O colunista social Carlos Castro está bastante a par dos rumores, que, segundo ele, já duram há mais de um mês.
'É verdade que não se fala noutra coisa neste meio dos famosos. Já ouvi esse rumor de diferentes pessoas', conta o cronista. 'Sou amigo da Maria Célia há muitos anos, mas não procurei saber se esta história é verdade. Se ela estiver a namorar mesmo com o nosso primeiro-ministro, acho que é uma boa escolha. A verdade é que da fama eles já não se livram', acrescenta.
APARIÇÃO
Na gala dos Globos de Ouro de 2008, José Cid foi fotografado de mão dada com Maria Célia Tavares, a quem chamou a sua 'musa'.
Vanessa AmaroCorreio da Manhã
Grave demais, mas já habitual...
Fico igualmente a saber que o artigo foi escrito para o JN, do amigo Oliveira que não foi publicado...
Valeu o Instituto Sá Carneiro onde foi publicado...
O Fim da Linha
Mário CrespoTerça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento. O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa. Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal. Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o. Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”. É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos. Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados. Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”. Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre. Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009. O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”. Foi-se o “problema” que era o Director do Público. Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.
Nota: Artigo originalmente redigido para ser publicado hoje (1/2/2010) na imprensa.
Ou serão inadaptados?...
João Cândido da SilvaOs adaptadosA posição do Governo sobre os grandes projectos de investimento público está a mudar. Passou da intransigência maniqueísta para uma atitude de prudência. Mais vale tarde do que quando já é demasiado tarde. E só é pena ter...A posição do Governo sobre os grandes projectos de investimento público está a mudar. Passou da intransigência maniqueísta para uma atitude de prudência.
Mais vale tarde do que quando já é demasiado tarde. E só é pena ter sido necessária uma nova e grave crise nas contas públicas para que o assunto começasse a ser olhado com maior cautela. Isto, no caso de as aparências não estarem a ser trabalhadas para criar novas ilusões.
Nos tempos mais recentes, não faltaram alertas sobre os perigos de aumentar o endividamento do país sem obter retorno compensador, através da concretização de obras que foram agitadas pelo Governo como as chaves para o aumento do emprego e a aceleração do crescimento. Mas também não faltou a teimosia cega, adubada por uma maioria absoluta mal manuseada.
Exemplos? Em meados do ano passado, um grupo de economistas manifestou publicamente o seu cepticismo sobre as intenções do Governo. Pediu uma reavaliação de obras como a alta velocidade ferroviária, com o objectivo de pesar os respectivos custos e benefícios, sem preconceitos de baixa política a atrapalharem a busca de conclusões.
Não só o bom senso elementar do documento caiu em saco roto, como deu origem a reacções mais motivadas por meras questões de posicionamento político e partidário do que pela vontade de analisar com seriedade a substância das matérias. Onde devia estar uma troca de argumentos fundamentados, vislumbrou-se apenas a prioridade de matar a questão e selá-la com um ponto final, tão definitivo quanto intelectualmente indigente.
A História prega partidas e a realidade é, por natureza, persistente. A credibilidade das projecções do Governo sobre a situação das finanças públicas no fecho do balanço de 2009 recebeu o tiro de misericórdia. Está morta e bem morta. O défice registou um recorde histórico, a dívida pública caminha a passos largos para um nível comprometedor e o endividamento externo não lhe fica atrás.
As campainhas de alarme soaram nos mercados em que Portugal se financia, as agências de "rating" seguiram o mesmo caminho e atacar a sua credibilidade, numa altura em que querem mostrar que não estão dispostas a cometer os mesmos erros do passado, adianta pouco ou nada. Pode não se simpatizar com o médico que faz o diagnóstico e sugere os remédios, mas lá que a doença existe, ninguém pode negar.
É neste enquadramento, em que Portugal surge aos olhos de actuais e potenciais credores com um risco mais elevado, que o Governo dá sinais de recuo. O segredo pode estar no facto de o Ministério das Finanças ter na sua posse um estudo que mostra como algumas opções podem vir a transformar-se num erro caro e insustentável, ao erguerem uma miragem no lugar onde devia estar o objectivo de retirar a economia de um largo ciclo de estagnação.
Na entrevista que o "Expresso" publicou este fim-de-semana, as declarações de Fernando Teixeira dos Santos são sintomáticas. De projecto indispensável para a competitividade portuguesa, ou para os madrilenos virem desfrutar as praias lisboetas, o TGV passou a ser um problema que tem de ser "adaptado à realidade orçamental", nas palavras do ministro das Finanças. Devia ter sido sempre assim. Mas é possível que o incompreensível optimismo do Governo o tenha impedido de conhecer mais cedo a verdade das contas públicas.
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