Confesso que acredito moderadamente nas virtudes do capitalismo e do mercado.
Confesso que, quando percebi o que se seguiria à liberalização internacional dos mercados de combustíveis, investi quanto pude em acções de empresas petrolíferas.
Confesso que à conta da especulação nos mercados energéticos já amealhei um razoável pé-de-meia para os anos difíceis que aí vêm.
Confesso que até estou de olho num carrinho movido a electricidade apesar do seu preço proibitivo para me livrar da ditadura dos combustíveis fósseis. (Faria melhor comprar uma grande máquina para impressionar umas garinas boas, mas confesso que gosto de viver frugalmente).
Confesso finalmente que o bando de ultraliberais que governa esta Europa em acelerado ritmo de decadência vai conseguir destruir o que resta do modo de vida confortável do Velho Continente.
Neles, a imbecilidade é directamente proporcional à obsessão pelo dinheiro e à falta de dignidade para terem as mais elementares preocupações sociais.
Alguns falam e agem apenas em nome dos grupos de interesses que lhes pagam as mordomias. E quando falam em não ceder a facilitismos, haverá maior facilitismo do que ceder ao interesse das petrolíferas e não mexer no regime jurídico da formação de preços?
Da parte que me toca, o que perco diariamente nas bombas de gasolina compenso em mais-valias nos mercados financeiros.
O problema é que amo Portugal e estimo os Portugueses, apesar do seus inumeráveis defeitos colectivos. E com esta corja de imbecis ultraliberais no poder (não muito diferentes de outros que para lá querem ir) o futuro da economia portuguesa não é nada risonho.
No século em que foi urdida a intrujuce liberal rolaram cabeças quando o povo faminto e desempregado se apercebeu de que era escandalosamente espoliado do fruto do seu trabalho em benefício de uns grupelhos de privilegiados sem escrúpulos...
O povo, pelo menos o Português, é sereno, mas só enquanto tiver pão para comer...
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