segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Apenas mais um "soldado" ao serviço do Chefe...




Controlo dos media

João Carlos Silva alega que quis fintar Figo na Taguspark

por HUGO FILIPE COELHOHoje

João Carlos Silva alega que quis fintar Figo na Taguspark

Caso Figo. O gestor vai esta semana explicar à administração da empresa a sua versão das escutas em que foi apanhado a falar do negócio

Tudo não passou de um plano para enganar Luís Figo. Esta é a explicação que o administrador executivo, João Carlos Silva, deverá dar aos accionistas da Taguspark sobre as escutas telefónicas que levaram o DIAP a suspeitar que o contrato publicitário entre a empresa e o ex-jogador tivesse servido para "pagar" o apoio político a José Sócrates.

Fonte próxima do gestor - que negociou o acordo à revelia do Conselho de Administração, mas não da Comissão Executiva da Taguspark - disse ao DN que nas conversas telefónicas com o advogado Paulo Penedos, já publicadas na imprensa, João Carlos Silva discutia como seria preciso "tapar os olhos" aos agentes de Figo, para "pôr aquilo a render dinheiro".

Segundo a mesma fonte, o ex-jogador terá começado por exigir 250 mil euros por ano durante cinco anos (1250 euros), nessas negociações. O contrato, que alegadamente foi assinado, é de três anos e tem um valor de 750 mil euros (distribuídos da seguinte forma: 350 mil, mais 200 e mais 200) e uma cláusula sobre a renúncia.

"A ideia", explica, "era que Figo gravasse um vídeo publicitário no primeiro ano - e as principais coisas da campanha - e depois denunciava-se o contrato para não lhe pagar o acordado, nos restantes anos."

A versão é contrária à das suspeitas do DIAP (e da notícia do semanário Sol), segundo as quais os executivos da Taguspark seguiam instruções para comprar o apoio político do ex-futebolista. Figo - que desmente as acusações - tomou o pequeno-almoço com José Sócrates no último dia de campanha para as legislativas. Horas depois, gravou o filme para a Taguspark.

O homem por detrás do alegado esquema de corrupção seria Rui Pedro Soares, o ex-administrador da PT, que renunciou ao mandato na última semana, depois de a Judiciária realizar buscas no seu gabinete.

Numa escuta, a 10 de Junho, Paulo Penedos diz ao actual secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrelo, que o seu chefe (Rui Pedro Soares) "foi a Milão ter com o Figo para celebrar uma coisa um bocado pornográfica". A seguir desfaz o mistério: "Há dias disse- -me, muito contente, que tinha conseguido que o Figo apoiasse o Sócrates […], hoje ligou-me a pedir que lhe fizesse um contrato de patrocínio para a Fundação Luís Figo, à razão de 250 mil euros por ano."

Segundo apurou o DN, terá sido Soares, então responsável pelo marketing da PT, a sugerir à Taguspark o contrato com Luís Figo e dado aos executivos o contacto do agente do jogador. João Carlos Silva e Américo Thomati, o presidente da Comissão Executiva, passam então a negociar. Embora relatassem a Penedos e, por inerência, a Soares, os passos das negociações, nenhum prestou contas aos accionistas maioritário da gestora do parque.

A dada altura, Silva fala com Isaltino Morais, autarca de Oeiras, principal accionista da Taguspark, para fazer "a cama para o negócio". Mas Isaltino já veio dizer que os valores de que lhe falaram nessa altura foram bem mais baixos.

Esta semana, os dois executivos - Américo Thomati e João Carlos Silva vão explicar ao Conselho de Administração da Taguspark os contornos do negócio com Figo.

DN




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