quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Conteúdo socratino da campanha

Ora, encontre-se lá um único conteúdo programático nesta campanha do clone do engenheiro Sócrates...




Pedro Silva Pereira foi o homem das despesas da campanha socialista em Trás-os-Montes, que começa a falar já em triunfo. À tarde, em Chaves, referiu-se a uma «onda a favor de uma nova maioria». À noite, em Vila Real, a uma «grande vitória». Entre as acusações ao PSD, apontou aos sociais-democratas uma «aliança objectiva com todas as forças conservadoras» e ter enveredado por uma «oposição destrutiva», sem conseguir constituir-se como «alternativa». Numa tirada de ironia, o cabeça-de-lista de Vila Real questionou-se ainda sobre quando é que começará a campanha «laranja».

«Já sabemos que a dra. Manuela Ferreira Leite parece que não gosta de comícios, nem tão pouco de autocarros. Ao que diz, prefere fazer uma campanha de esclarecimento. Pois eu, então, tenho uma pergunta: afinal quando é que começa essa campanha?», deixou desta forma a questão no ar. Mas apenas por um momento. Depois, em jeito de resposta, atirou: «A campanha do PSD, a continuar assim, vai ser uma grande campanha de emagrecimento do PSD na sociedade portuguesa».

Pedro Silva Pereira, dizendo que é tempo de «balanço», defendeu que «o PSD fracassou na sua principal responsabilidade como maior partido da oposição». «Nestes quatro anos, o PSD só soube fazer uma oposição destrutiva», anotou. «Foram contra tudo, contra todas as reformas».

Numa nova resposta às acusações sociais-democratas de uma aliança secreta do PS com o BE, o dirigente socialista apontou: «É pelo menos extraordinário que o PSD venha agora inventar essa teoria de um acordo secreto do PS com o BE, ou sei lá com quem, porque a verdade é que, ao longo de quatro anos, o que vi, o que todos vimos, foi uma aliança objectiva do PSD com todas as forças conservadoras», disse.

«Foram fechar-se lá em baixo, no teatro»

Voltando ao território da ironia, Silva Pereira, numa praça cheia de gente, recordou a passagem de Manuela Ferreira Leite por Vila Real, e o comício «laranja». «Vieram aí e foram fechar-se lá em baixo, no teatro», disse. Depois, uma alfinetada, com uma referência ao afastado Pedro Passos Coelho, natural de Vila Real.

«Discutiam se tinha entrado alguém sem convite e parece que quem não falou foi o mais aplaudido da noite». Em Vila Real soltou-se uma gargalhada entre a assistência, abrindo espaço ao remate de Silva Pereira: «O PS de vila real, todo o PS, é outra coisa». «Fique a dra. Manuela Ferreira Leite a saber que o ar que se respira é o ar da democracia, é o ar da tolerância, é o ar da liberdade». «O PS é o partido do povo», disse ao povo à sua frente o dirigente «rosa». «É o povo que lhe vai dar uma grande vitória nestas eleições».

Já com o voto útil na mira, Pedro Silva Pereira apontou depois ao espectro à esquerda do PS. «Todos os votos nesses partidos à esquerda são votos que protegem a direita».

Um «transmontano» José Sócrates, que encontrou a mãe ao pé do palco para um abraço, apresentou o PS à região que diz ter no «bilhete de identidade» como o único garante da «estabilidade». Mas não resistiu a um toque de triunfalismo. «Este comício marca bem o início de uma grande vitória do PS ao serviço de Portugal».


IOL

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