sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Porque a asfixia democrática é uma calúnia...

1. José Manuel Fernandes afirmou hoje que o jornal que ainda dirige deve estar sob escuta. Razão invocada.: o acesso e divulgação de um email enviado por um editor do Público só pode ter sido feito pelos serviços secretos.

2. Há dias, em conversa com Santana Castilho, chegámos ambos à mesma conclusão. Nas últimas semanas, os emails enviados por Santana Castilho, que tem uma caixa de correio da netcabo, ou não chegam ao destinatário ou chegam com dois dias de atraso.

3. Garcia Pereira acaba de publicar um livro justamente titulado "Um País Sob Escuta" onde compila e divulga dados que mostram a chavização acelerada do país, na vertente do controlo da informação e da vida dos cidadãos.

4. Há escassos meses, um amigo meu, poeta e protagonista nos movimentos de professores contra a política educativa do Governo do PS, enviou-me um email onde afirmava: "lamento Ramiro, mas o editor recusa publicar o meu livro com um prefácio teu, porque tem medo de represálias do Governo".

4. Convém lembrar que os serviços secretos são tutelados pelo primeiro-ministro. Depois do afastamento forçado de Moniz da TVI, do saneamento de Manuela Moura Guedes e do quase certo afastamento de José Manuel Fernandes da direcção do Público, o que mais será necessário acontecer para que o PR diga alguma coisa ao país? Não é ele é garante constitucional do normal funcionamento do regime democrático? Existe algum bem mais precioso no regime democrático do que a liberdade de expressão e o pluralismo dos media?

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