quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Quentinho, mesmo a sair...




– «E tu acreditas?».

Foi a pergunta que José Sócrates me fez, insistentemente, durante

uma longa e tardia conversa que se foi revelando tensa, muito tensa.

Na última semana de Janeiro de 1999, mais precisamente no dia

28, uma quinta-feira, fui incumbido de telefonar ao então ministro

adjunto do primeiro-ministro para o confrontar com o resultado

de um pré-inquérito da Polícia Judiciária. (...) José Sócrates nunca

deixou em mãos alheias a iniciativa de evitar a publicação de uma

notícia. Os telefonemas, as ameaças e as pressões multiplicaram-se

até altas horas da madrugada seguinte, depois de lhe ter telefonado.

Há mais de dez anos, já era assim.

O resultado foi surpreendente: a notícia foi adiada, apesar de ter

chegado a estar planeada e paginada para mais uma manchete. (...)»

A biografia – não autorizada – de José Sócrates revela a vida académica, profissional, partidária, política e governamental do “homem” e do “líder”.

É um caminho com 52 anos que começou em Vilar de Maçada, Alijó, e culminou no topo do poder Executivo, no palácio de São Bento, em Lisboa, depois de obter a primeira maioria absoluta do Partido Socialista, em 20 de Fevereiro de 2005.

Com sucessos e derrotas, sempre marcado pelas cartas anónimas e suspeições de envolvimento em casos de corrupção, tráfico de influências e paraísos offshore, por ora nunca comprovados na justiça, nem até ao momento cabalmente esclarecidos em termos de opinião pública.

Desde 1995, o desempenho de altas funções de Estado ficou ensombrado por dossiês polémicos – Cova da Beira e licenciamento do empreendimento comercial “Freeport” –, entre outros assuntos e negócios privados e de Estado.

Rui Costa Pinto revela novos factos sobre a investigação que envolve o nome próprio do primeiro-ministro de Portugal mais escrutinado de sempre.



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