– «E tu acreditas?».
Foi a pergunta que José Sócrates me fez, insistentemente, durante
uma longa e tardia conversa que se foi revelando tensa, muito tensa.
Na última semana de Janeiro de 1999, mais precisamente no dia
28, uma quinta-feira, fui incumbido de telefonar ao então ministro
adjunto do primeiro-ministro para o confrontar com o resultado
de um pré-inquérito da Polícia Judiciária. (...) José Sócrates nunca
deixou em mãos alheias a iniciativa de evitar a publicação de uma
notícia. Os telefonemas, as ameaças e as pressões multiplicaram-se
até altas horas da madrugada seguinte, depois de lhe ter telefonado.
Há mais de dez anos, já era assim.
O resultado foi surpreendente: a notícia foi adiada, apesar de ter
chegado a estar planeada e paginada para mais uma manchete. (...)»
A biografia – não autorizada – de José Sócrates revela a vida académica, profissional, partidária, política e governamental do “homem” e do “líder”.
É um caminho com 52 anos que começou em Vilar de Maçada, Alijó, e culminou no topo do poder Executivo, no palácio de São Bento, em Lisboa, depois de obter a primeira maioria absoluta do Partido Socialista, em 20 de Fevereiro de 2005.
Com sucessos e derrotas, sempre marcado pelas cartas anónimas e suspeições de envolvimento em casos de corrupção, tráfico de influências e paraísos offshore, por ora nunca comprovados na justiça, nem até ao momento cabalmente esclarecidos em termos de opinião pública.
Desde 1995, o desempenho de altas funções de Estado ficou ensombrado por dossiês polémicos – Cova da Beira e licenciamento do empreendimento comercial “Freeport” –, entre outros assuntos e negócios privados e de Estado.
Rui Costa Pinto revela novos factos sobre a investigação que envolve o nome próprio do primeiro-ministro de Portugal mais escrutinado de sempre.
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