sábado, 28 de novembro de 2009

Báu com buracos

Ao DCIAP chama o António Ribeiro Ferreira o baú, por ali se arquivarem muitos dos processos incómodos...

Pelos vistos o baú tem alguns buracos...

Vara apanhado com dados de processo em investigação

por CARLOS RODRIGUES LIMA Hoje

Vara apanhado com dados de processo em investigação

A investigação de Aveiro descobriu que Armando Vara tinha em sua posse elementos de um processo que corre no DCIAP. Procurador de Aveiro extraiu uma certidão que, segundo a Procuradoria-Geral, foi enviada para o departamento liderado pela procuradora Cândida Almeida. Interrogatório do banqueiro começou ontem à tarde e arrastou-se durante a noite.

Armando Vara, um dos arguidos do caso "Face Oculta", foi apanhado nesta investigação com elementos de um processo que corre no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) e que, de acordo com fontes contactadas pelo DN, deveria estar em segredo de justiça. O episódio, que surpreendeu os investigadores de Aveiro, deu origem à certidão que foi enviada a 2 de Novembro para o departamento liderado pela procuradora-geral adjunta Cândida Almeida por suspeitas de violação do segredo de justiça.

Até à hora de fecho desta edição, não foi possível apurar que tipo de dados é que os investigadores do processo Face Oculta recolheram aquando das buscas realizadas a 28 de Outubro. Ou se as suspeitas resultam das escutas telefónicas Recorde-se que Armando Vara, suspeito de tráfico de influências, foi alvo de duas buscas: uma em sua casa, outra no seu gabinete do Millennium BCP. Uma fonte do Ministério Público contactada pelo DN confirmou que o procurador de Aveiro remeteu uma certidão para o DCIAP, já que os elementos recolhidos dizem respeito a um processo que corre naquele departamento e que, segundo outra fonte contactada pelo DN, deveria estar em segredo de justiça. Sendo assim, será o próprio departamento liderado por Cândida Almeida a investigar se houve, ou não, fugas de informação. Uma versão confirmada, aliás, pelo último comunicado da PGR sobre o envio de certidões: duas para o DIAP de Lisboa, uma para o DCIAP.

Este é mais um episódio relacionado com fugas de informação ligado ao caso investigado pela PJ e MP de Aveiro. Ontem, o jornal Sol adiantou que alguns arguidos do processo terão sido avisados, em meados deste ano, para a escutas telefónicas que estavam em curso. Aquele semanário afirma que a partir de 25 de Junho deste ano, alguns dos suspeitos mudaram de telemóveis e de cartões. Ora, a 24 de Junho, houve - como se confirma pela agenda oficial da Procuradoria-Geral da República - uma reunião em Lisboa entre João Marques Vidal, procurador do caso Face Oculta, Braga Temido, procurador-distrital de Coimbra, com Pinto Monteiro, o procurador-geral da República, que tomou contacto pela primeira vez com o caso.

O DN questionou, ontem, a Procuradoria se as suspeitas de fugas de informação para os arguidos já tinham sido abordadas na reunião de 24 de Junho e se Pinto Monteiro considerava que que alguém no Ministério Público poderia ter passado alguma informação. Até à hora de fecho desta edição não houve resposta.

Entretanto, um dos arguidos do processo Face Oculta já foi formalmente acusado pelo Ministério Público de violação do segredo de justiça. O arguido em causa - cujo nome não foi possível apurar - é suspeito de ter entregue à RTP uma cópia do mandado de busca.


DN





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