sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Um passo mais em frente, no precipício...



Moody’s reforça avaliação 'negativa' da dívida portuguesa

A Moody’s reforçou o ‘outlook’ negativo da república portuguesa devido à nova previsão de défice orçamental para 2009, de 8% do PIB, anunciou hoje a agência de notação financeira


Há três semanas, a agência mudou o ‘outlook’ da dívida pública nacional de «estável» para «negativo». Mas «a recente admissão pelo ministro das Finanças que o défice público pode atingir 8% do PIB, ou ser muito maior do que a anterior estimativa, sugere que as perspectivas de curto-prazo são agora mais preocupantes», refere a nota da agência.

A Moody’s considera que «ainda é cedo para dizer» se o ‘rating’ da república portuguesa será revisto em baixa mais uma vez, mas admite que a avaliação do país possa ser revista nos próximos 18 a 24 meses. A empresa está a avaliar o compromisso assumido com a Comissão Europeia para reduzir o défice para 3%, até 2013, mas deixa desde já o aviso: «As expectativas de que essa consolidação irá ocorrer parecem irrealistas, tendo em conta o historial recente do país: o governo falhou na redução do défice abaixo dos 3% em múltiplas ocasiões».

Para a agência de rating, os indicadores da dívida pública portuguesa têm vindo a deteriorar-se «há já algum tempo, mesmo antes da crise financeira global». A economia tem revelado uma «dinâmica de crescimento lento» devido à «fraca competitividade», pelo que o Governo terá de tomar «decisões difíceis» para consolidar as contas públicas. Outro problema, frisa a Moody’s, ocorre a nível político: a perda de maioria absoluta no Parlamento as hipóteses de implementar reformas estruturais impopulares reduziram-se ainda mais.

joao.madeira@sol.pt



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