quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Afinal sempre há "espionagem política"...

Face Oculta

Vara terá sido avisado de que Sócrates estava a ser escutado

03.12.2009 - 11:21 Por PÚBLICO


Armando Vara terá recebido uma carta anónima no seu escritório no Millennium BCP, em Lisboa, onde o avisavam que o primeiro-ministro, José Sócrates, estava sob escuta telefónica, noticia a revista “Sábado” na sua edição de hoje.


A carta terá sido enviada meses antes e só foi encontrada pela Polícia Judiciária a 28 de Outubro, altura em que fez buscas à sede do banco no âmbito do caso Face Oculta. A revista garante também que quando os investigadores do processo leram a missiva reforçaram a convicção de que alguém tinha dito a Armando Vara para avisar José Sócrates de que as suas conversas estariam a ser gravadas, quebrando o sigilo numa das fases mais importantes do caso.

A quebra do segredo por parte de alguns intervenientes está já a ser investigada pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP), assim como a suposta mudança de telemóvel ou de cartão por parte de algumas das pessoas que estariam a ser escutadas. O DIAP de Coimbra vai mesmo acusar um dos arguidos do processo do crime de violação do segredo de justiça por ter disponibilizado um despacho do Ministério Público a um canal de televisão, informou a Procuradoria-Geral da República, em comunicado.

Contudo, apenas o administrador suspenso do BCP terá estado sob escuta, pelo menos entre Março e Outubro deste ano, altura em que foram gravadas conversas entre o entretanto constituído arguido no âmbito do caso Face Oculta e José Sócrates.

As certidões foram, no entanto, arquivadas pela Procuradoria-Geral da República e já tinham antes sido retiradas do processo por ter sido colocada em causa a sua legalidade. Sobre as conversas entre Vara e Sócrates colocarem alegadamente em causa o Estado de Direito e referirem intervenções do primeiro-ministro no sector da comunicação social, Pinto Monteiro nada disse, limitando-se a afirmar que nada justificava a abertura de um processo. A “Sábado” escreve, ainda, que cartas semelhantes podem ter sido enviadas a outros suspeitos do Face Oculta.



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