Foi tudo menos um discurso natalício.
Manuela Ferreira Leite aproveitou hoje o jantar de Natal da bancada do PSD para desferir um dos mais violentos ataques a José Sócrates. A líder recuperou o discurso de campanha contra o “projecto pessoal de poder” de Sócrates, mas acrescentou-lhe umas quantas acusações. Em vez de governar para “resolver os problemas do país”, o primeiro-ministro apostou, disse, no “discurso da governabilidade, na chantagem e na vitimização e quase um desafio às instituições de soberania como o Presidente da República e a Assembleia da República”.
O cenário traçado pela líder social-democrata é negro: “Estamos a assistir ao desmoronamento total das instituições e ao seu descrédito”. Um descrétido como “não há memória” que se estende às empresas públicas, administração pública e à Justiça.
E não por não ter maioria absoluta, que o PS perdeu em Setembro, que o Governo perdeu legitimidade ou condições para governar. O que se passa é diferente. O que acabou, disse, foi “a possibilidade de o País andar ao sabor das conveniências do engenheiro Sócrates e do PS”, disse Ferreira Leite, prevendo uma “legislatura duríssima”.
Recordando o seu discurso do Natal de 2008, quando admitiu “rasgar” as políticas do PS, o que lhe valeu um barreira de críticas do PS, Ferreira Leite ironizou que foram os próprios socialistas a “rasgar” as suas políticas quanto à avaliação dos professores, as taxas moderadoras na saúde e a reforma na Administração Pública: “São os próprios que as rasgam, uma a uma.”
Ao líder da bancada coube o discurso interno, ignorado por Ferreira Leite. Em fase pré-congresso, José Pedro Aguiar-Branco prometeu um grupo parlamentar “unido e coeso”, “referencial de estabilidade”, “blindado” às polémicas da situação interna.
Público
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Excelente discurso. Mas agora é tarde...
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