O Primeiro-ministro José Sócrates, ele próprio, suscita na blogosfera um apoio muito especial, sem equivalente no mundo exterior fora da Rede. Não sei se por desespero,- as coisas não tem corrido bem à persona tutelar, - se por simpatia, no sentido preciso do termo, se por imitação, os blogues socráticos desenvolveram um estilo agressivo de insulto e calúnia pessoalizada, que não tem paralelo com qualquer outra área política (se exceptuarmos algumas personagens passo-coelhistas como Nogueira Leite, conhecido por insultar tudo e todos no conforto do Twitter e do Facebook). Esses blogues, como o Câmara Corporativa, o Aspirina B, o Jugular, escritos muitas vezes sob o anonimato e onde pululam empregados do governo, e às vezes mais acima - o anonimato serve para ocultar os autores, mas o estilo denuncia-os –, representam um mundo aparte na blogosfera que revela as fontes do radicalismo que emana nos dias de hoje do centro do poder socialista à volta de Sócrates. Quem se mete com José Sócrates leva de imediato uma caterva de insultos, que inclui todos os clássicos e é sujeito a uma campanha ad hominem grosseira e, zanguem-se agora a sério, muito miguelista mas sem as qualidades de José Agostinho de Macedo.
A mecânica destes blogues está longe de ser a discussão política, mas uma regra típica dos aprendizes de feiticeiro: a destruição dos adversários a golpes de insultos e calúnias, já que não se pode prende-los, nem censurá-los. Os seus executores são gente mais à esquerda do que o PS, com pretensões intelectuais, mas com a pior das tentações intelectuais, a que vem da desenvoltura e do sentido de impunidade de quem acha que está no poder e tudo lhe é permitido.
José Pacheco Pereira
domingo, 10 de janeiro de 2010
Transcrição do dia
Se há um submundo na Blogosfera ele está exactamente nos assalariados de Sócrates e do PS que pululam nos blogues, como autores ou como comentadores...
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário