terça-feira, 9 de março de 2010

Dia cheio

O dia foi bem cheio com mais audições na Comissão de Ética sobre a falta dela na camarilha socratina, para não falar das notícias sobre o «amigo» Oliveira...

Não dizemos que isto bateu no fundo porque com Sócrates há sempre mais uns degraus para descer.

Nem Pinto Monteiro nem Cândida Almeida se interessaram muito com as informações sobre o Freeport. Eles estão onde estão apenas para arquivarem o caso..

Fica apenas uma entre muitas notícias, para a posteridade...



«Foi claramente delineado um plano»

Por Susete Francisco

O ex-director geral da TVI José Eduardo Moniz defendeu hoje na comissão parlamentar de Ética que «foi claramente delineado um plano para condicionar a actuação de alguns meios de comunicação social e de alguns jornalistas»

Falando perante os deputados, Moniz disse não ter a «mínima dúvida» sobre a existência de pressões do Governo sobre a Media Capital e os seus accionistas.

O antigo responsável pela programação e informação da TVI apontou vários exemplos de pressões sobre a estação televisiva, quer sob a presidência de Miguel Pais do Amaral, quer após a entrada da espanhola Prisa na estrutura accionista da Media Capital.

Um desses episódios, relatou, passou-se em 2001, com uma reportagem sobre a inauguração de um aterro sanitário em Évora. José Sócrates era à data ministro do Ambiente, e José Eduardo Moniz diz ter sido chamado por Pais do Amaral (então presidente do Conselho de Administração da Media Capital), que «disse ser amigo de Sócrates» e que «não estava para voltar a ter problemas como tinha tido no Independente, nem queria ver os seus negócios prejudicados».

«Passado algum tempo voltámos a ter problemas e Pais do Amaral solicitou a correcção da linha editorial da empresa e a cabeça de Manuela Moura Guedes», acrescentou.

José Eduardo Moniz apontou igualmente tentativas de interferência de António Costa, actual presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Segundo o ex-director-geral da TVI, o caso reporta-se a 2008, quando Costa liderava o ministério da Administração Interna, altura em que terá feito «enormes pressões» sobre a administração da Media Capital, para que não fosse emitida uma reportagem da jornalista Ana Leal sobre o SIRESP (Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal), sobre suspeitas de tráfico de influências.

O antigo responsável da TVI afirmou, aliás, que só «nos dois ou três primeiros meses» dos 11 anos que passou na TVI é que se sentiu «verdadeiramente querido» na estação (que à data, no final de 1998, pertencia à SONAE) e que só então «se respirava um ar de liberdade». «As coisas mudaram» com a entrada de Pais do Amaral na TVI, e pioraram com a entrada da Prisa - «Percebi que a minha vida ia ser muito complicada». Para Moniz, até às face às dificuldades financeiras da empresa espanhola, a «vulnerabilidade às pressões era total».

Moniz reiterou também declarações feitas por Manuela Moura Guedes à comissão de Ética, afirmando que a TVI tem actualmente na sua posse documentação que não divulgou sobre o caso Freeport, nomeadamente informações sobre «tranches de pagamento, depósitos em dinheiro na Smith & Pedro, uma carta de Manuel Pedro a José Sócrates, mails trocados entre os diversos intervenientes e informação sobre a pirâmide de pagamentos nesse processo».


SOL



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