José António Saraiva«Há um encobrimento do poder político pelo judicial»O director do SOL, José António Saraiva, defendeu hoje na comissão parlamentar de Ética que «há um encobrimento do poder político pelopoder judicial»Para o responsável do jornal, os «factos» até agora conhecidos, na sequência do processo Face Oculta, mostram que «há uma conivência do poder judicial com o poder político».
Falando sobre a relação do SOL com o antigo accionista BCP, José António Saraiva contrariou declarações prestadas à comissão pelo ex-administrador daquele banco, Armando Vara, afirmando que este era responsável pelo processo accionista: «Tenho a certeza absoluta que, pelo menos na parte final [das negociações para a venda da quota do BCP] foi coordenada directamente por Armando Vara».
BCP queria «decapitar o SOL»
Falando sobre a relação do SOL com o antigo accionista BCP, José António Saraiva contrariou declarações prestadas à comissão pelo ex-administrador daquele banco, Armando Vara, afirmando que este era responsável pelo processo accionista: «Tenho a certeza absoluta que, pelo menos na parte final [das negociações para a venda da quota do BCP] foi coordenada directamente por Armando Vara». Segundo o jornalista, o representante do BCP na administração do semanário, Paulo Azevedo, afirmou por diversas vezes que «não tinha autonomia para tomar decisões, tinha que falar com Armando Vara».
Para o director do SOL o BCP começou por ser um accionista «amigo» para se transformar depois num «cavalo de Tróia». Uma mudança de atitude que coincidiu no tempo com a entrada «da administração Santos Ferreira e Armando Vara». Segundo António José Saraiva, na altura da mudança na estrutura accionista do semanário, em início de 2009, o BCP começou por se afirmar vendedor das suas acções mas, face à possibilidade da entrada no capital de investidores angolanos, acabou por recuar e afirmar-se comprador. Exerceu então o direito de preferência, mas recusando uma cláusula que impunha a manutenção da direcção. «Ficou claro que o BCP queria decapitar a direcção do SOL e interromper a sua publicação», afirmou, para acrescentar: «Tenho a certeza que esta operação foi comandada directamente por Armando Vara».
Questionado pelo PS sobre a publicação de escutas pelo SOL, «um crime que põe em causa os valores democráticos», o director do jornal sustentou que «não há nenhuma violação do segredo de justiça», nem de direitos de privacidade: «Não falamos de conversas pessoais, mas de conversas de pessoas que têm a ver com negócios, num exercício ilegítimo dos seus cargos». Da bancada socialista veio também a acusação de partidarismo. «É o SOL que municia o argumentário político do PSD ou é o PSD que dá substância política ao editorial do SOL?» questionou o deputado Manuel Seabra, depois de citar um editorial do jornalista. Uma acusação rejeitada por José António Saraiva, que apontou as situações enunciadas – nomeadamente a existência de um plano do Governo para controlar a comunicação social – como «factos», de que as escutas publicadas pelo SOL são a «prova insofismável». O director do SOL afirmou-se ainda «chocado» por ver «pessoas responsáveis no PS a dizer que não se passa nada».
Quanto à actual estrutura accionista do SOL, questão que tem vindo a ser levantada pelo PS, afirmou que o jornal é detido pela empresa luso-angolana Newshold, pela JVC e por um grupo de jornalistas fundador do semanário.
Sol
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Mais claro e grave do que isto...
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário