quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Rui Soares, Sócrates, Isaltino. Que companhia...



Oeiras

Taguspark: zangam-se os accionistas, descobrem-se as lutas de poder

por Inês Cardoso, Publicado em 24 de Fevereiro de 2010

Em 2007 Isaltino Morais negociou com Rui Pedro Soares uma lista conjunta para mudar a administração do parque empresarial. No ano seguinte a PT tentou ultrapassar a posição accionista da câmara



São turbulentos os ventos que correm sobre o parque empresarial de Oeiras. Houve negociações, tentativas de mudança do controlo accionista, novos acordos e agora uma declaração de descontentamento da Câmara de Oeiras. “A actual administração, decorridos mais de dois anos sobre o início do seu mandato, não foi ainda capaz de apresentar o referido plano estratégico para a empresa”, acusou ontem o presidente da autarquia.
Num longo comunicado acompanhado de documentos dos dois últimos anos, Isaltino Morais nega que a PT tenha controlado o Taguspark em 2007, como ontem foi noticiado pelo jornal “Público”. Mas admite que nesse ano acordou uma lista conjunta com Rui Pedro Soares, representante da PT. Rui Pedro Soares, relata, apresentou-se “a liderar um grupo de accionistas onde se incluía, para além da própria PT, a CGD, o Millenium, a EDP, o BPI, o IST e na UTL, tudo isto com o apoio implícito do senhor ministro Mariano Gago”.
Por considerar que a administração em funções estava estagnada e “a condenar o Taguspark”, Isaltino assegura ter visto nesse movimento a oportunidade de mudança. Na constituição da lista que veio a tomar conta do parque empresarial, a câmara indicou um administrador executivo, num total de três, e um administrador não executivo, num total de quatro. “Perante esta distribuição, a câmara municipal nunca se considerou secundarizada”, sublinha a nota do gabinete da presidência.
Feita a mudança de equipa, o conflito surgiria no ano seguinte. A PT afirma ter sido contactada por dois accionistas que queriam ceder as suas posições – EDP e BPI. A câmara responsabiliza a empresa de telecomunicações por ter promovido negociações. A concretizar-se a transmissão de acções daquelas duas empresas, a PT passaria a tornar-se a primeira accionista, com 22,07% do Taguspark (a Câmara de Oeiras tinha 16,09%).
Em Outubro de 2008, Isaltino Morais escreve a Zeinal Bava, presidente executivo da PT, para confessar a “profunda surpresa” com a intenção da empresa de ultrapassar a posição accionista da autarquia de Oeiras. “Apela-se aos bons ofícios da PT no sentido de, através do diálogo, encontrar-se uma solução inter partes que satisfaça as posições pretensivas deste município como primeiro accionista que é”, lê-se no referido ofício.
O diálogo terá conduzido a uma solução de compromisso que permitisse à autarquia manter a posição de maior accionista e à PT subir à posição de segunda. Solução que ainda não está finalizada. Foram mobilizados 408 mil euros para aquisição de 43.593 acções do BPI (de um total de 480 mil detidas pelo banco), operação ainda não concretizada “por manifesta demora burocrática do BPI”, segundo a autarquia. Está também já orçamentada a aquisição de 140 mil acções da EDP (que detinha 220 mil), que custarão 1,3 milhões de euros.

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