sábado, 12 de janeiro de 2008

Verdade inconveniente

Vinda de onde vem - um membro das FP25 amnistiado pelo camarada Soares - a crítica poderia ser desvalorizada.

Mas sucede porém, que, além de incómoda, a crítica é verdadeira. De "esquerdismo" a socratina governação tem muito pouco; e de "socialismo" não tem nada, a não ser o sectarismo e o compadrio próprios do PS e da Maçonaria que intrinsecamente inspira este partido que, ressalvada a boa intenção de alguns dos seus militantes e votantes, afigura-se um bando de oportunistas e sanguessugas do Estado: Primeiro eles e os amigalhaços; depois o País...


Um antigo dirigente condenado no processo das FP-25 provocou ontem um incidente no final do discurso do primeiro-ministro sobre os desafios do desenvolvimento. Assim que terminou a apresentação de Sócrates, Mouta Liz levantou-se, exaltado, e acusou o primeiro--ministro de ter feito um discurso “de propaganda”. Liz berrou que “isso não passa de mentiras” e que “o primeiro-ministro não tem vergonha”.

Contrastando com a indiferença e calma com que Sócrates abandonou a sala, Mário Soares, que tinha discursado antes, no seminário que decorreu ontem na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, ainda tentou acalmar os ânimos, sugerindo que se o participante não ficasse em silêncio seria posto na rua, o que de pouco adiantou. O homem continuou dizendo que “a esquerda de que [Sócrates] fala não existe”. E foi ao ponto de dizer que já estava farto de ouvir “umas cem vezes a palavra ‘esquerda’”, numa clara referência ao discurso de Sócrates, que não se coibiu de usar o termo. Muitos dos presentes na sala voltaram-se contra o autor dos protestos, que ficou incomodado. Na resposta, Mouta Liz gritou que a maioria dos presentes “vive à custa do Estado”. (Correio da Manhã, 12/01/2008)




Sem comentários: