domingo, 13 de janeiro de 2008

Constâncio e o BPI



Vítor Constâncio é certamente um homem competente nas áreas económicas e financeiras a que tem dedicado a sua vida académica e profissional.

Mas no seu currículo fica bem evidente, pelas muitas funções para que foi nomeado por detentores de cargos políticos do seu partido, o peso da sua filiação no PS.



Pela independência orgânica e funcional do Banco de Portugal face ao Governo, seria talvez exigível que o administrador desta instituição exercesse o seu cargo sem qualquer ligação dúbia com quem detém o poder executivo no País.

Não foi o que se viu logo após a subida do sr. José de Sousa ao lugar de Primeiro-Ministro, na pantominice da avaliação do défice orçamental que permitiu ao engenheiro das baixas políticas forjar um ardil para obnubilar as suas mentirosas promessas eleitorais.
Nem foi o que se viu agora, na mais do que aparente mancomunação com o Governo para controlar o BCP.

Tudo isto foi já mais do que criticado, nos mais diversos locais, deste a blogosfera aos meios de comunicação tradicionais.

O que não tem suscitado reparo é a ligação de Vítor Constâncio ao BPI.

Sendo manifesto o interesse do BPI em apoiar a socratina OPA sobre o BCP, Vítor Constâncio agiu como agiu apenas pelas ligações que tem ao engenheiro José de Sousa e ao PS, ou também terá pesado o facto de, antes da sua nomeação para administração do Banco de Portugal, ter sido administrador do BPI?

Será que Vítor Constâncio fez o pleno e de um vez só lambeu as mãos e os pés a todos os que lhe têm enchido abundantemente o estômago: o Estado e o BPI?

Seja como for e em qualquer dos dois casos, um Homem absolutamente íntegro não teria feito o que ele fez. E depois de o ter feito teria a dignidade de reconhecer o escandaloso acto que cometeu e ir-se embora.

Para além do mais, com um cartão de militante do PS, não teria receio de ficar no desemprego.
E isto sem contar com a choruda pensão a que teria direito...






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