domingo, 6 de abril de 2008

Outro caluniador



Batalha: Comemorações do dia do combatente

General receia fim da liberdade

Os "tempos de crise" vividos neste momento em Portugal, associados aos sentimentos de "resignação e fatalismo" predominantes, "anunciam um futuro sem liberdade", afirmou ontem na Batalha o ex-governador de Macau, general Rocha Vieira.

Convidado a discursar nas cerimónias do Dia do Combatente, junto ao túmulo do Soldado Desconhecido, no Mosteiro Santa Maria da Vitória, Rocha Vieira manifestou--se preocupado com a crise de valores.

'Vivemos tempos de crise. São tempos de máscaras e aparências, em que se esquece o valor do serviço e o respeito pela realidade. São tempos que ignoram o passado da independência e anunciam um futuro sem liberdade', afirmou o agora chanceler das Antigas Ordens Militares, nomeado pelo Presidente da República, Cavaco Silva.

Segundo Rocha Vieira, é preciso reagir e saber escolher para ultrapassar o momento actual. É tempo 'para voltarmos aos valores essenciais, para defendermos a memória dos que construíram Portugal independente, para honrarmos a responsabilidade de deixar aos sucessores mais do que aquilo que herdámos dos que nos antecederam', adiantou o general.

Em relação às Forças Armadas, o último governador de Macau referiu a necessidade de se garantir a sua unidade e dignidade e atribuiu aos políticos a responsabilidade de 'fazerem corresponder as missões que atribuem aos militares com os meios que põem à disposição dos que colocam em risco as vidas para as cumprir'. 'A dignidade das Forças Armadas exige que ao seu quadro de missões corresponda o adequado sistema de meios', sublinhou Rocha Vieira.

O general realçou ainda a importância das forças militares na defesa da independência, na garantia da liberdade e no 'regular funcionamento das instituições democráticas' do País.

Presente na cerimónia em representação do ministro da Defesa, o secretário de Estado da Defesa e dos Assuntos do Mar, João Mira Gomes, encarou as palavras de Rocha Vieira não como uma crítica mas co-mo a constatação do que já está a ser feito pelo Governo. 'Sabemos que as forças em missão internacional têm de estar bem equipadas e é isso que está a acontecer', garantiu o governante.

Ontem comemorou-se o 90.º aniversário da Batalha de La Lys e a 72.ª Romagem ao Túmulo do Soldado Desconhecido.

Correio da Manhã
06/04/2008


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