terça-feira, 15 de julho de 2008

Nova Oportunidade para Sócrates


Estudo da CMVM

Um terço dos investidores em bolsa têm baixo nível de escolaridade

Os dados de um inquérito realizado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) revelam que quase um terço dos investidores portugueses tem, no máximo, a 4ª classe e não dispõe de grandes conhecimentos sobre o funcionamento da bolsa, noticia o 'Diário de Notícias'.

Segundo os dados do Relatório Anual de 2007 da CMVM, avançados pelo 'Diário de Notícias', três em cada 10 investidores só têm quatro ou menos anos de escola, e apenas 24% tem um curso médio ou superior. Em adição, cerca de um terço dos investidores não está activo no mercado de trabalho, sendo muitos destes reformados.

Para a entidade reguladora, citada pelo mesmo jornal, a baixa escolaridade dos investidores "levanta algumas preocupações com o nível de literacia financeira de um número muito significativo de investidores, tanto mais que é geralmente reconhecido que um elevado nível de cultura financeira diminui os (...) erros de comportamento".

Diário Económico
14/07/2008


Quem visitava ou operava na Bolsa de Valores de Lisboa antes das corretoras online e dos sistemas de homebanking, lembra-se bem dos bandos de reformados, donas de casa e taxistas que por ali deambulavam olhando para os terminais das cotações, sobretudo nos períodos de euforia, que coincidem geralmente com o fim do bull market e o início da inversão para o bear market.

Passaram já alguns anos, mas os reformados, taxistas e donas de casa, a que se juntam muitos construtores civis (ex-pedreiros), continuam a investir na bolsa, geralmente comprando no fim da tendência ascendente e só vendendo, a perder, exactamente quando, meses ou anos depois, se inicia a recuperação do mercado.

Ora, José Sócrates tem aqui mais uma oportunidade para as suas miríficas Novas Oportunidades.
Todos estes investidores bolsistas, tarimbados em perder dinheiro com a suas compras e vendas em contra-ciclo (mijando contra o vento, como se diz na gíria dos mercados) são potenciais candidatos ao programa Novas Oportunidades.
Sócrates tem aqui umas centenas ou milhares de candidatos a receberem um dos seus qualificadores diplomas, a bem das estatísticas do desenvolvimento humano.
Basta -los a escrever a sua história de vida, à maneira das Novas Oportunidades, transformando em poucas semanas estes infelizes que só têm a 4.ª Classe em analistas financeiros.
Eis mais uma oportunidade para Sócrates colocar Portugal na vanguarda das qualificações, mesmo que eles, continuando a não entender o que é a tendência do mercado e a não saber interpretar um simples gráfico, prossigam na sua saga de perder dinheiro na bolsa, mas mantenham a esperança de que um dia ainda ganharão...

Alguém que passe a ideia ao Engenheiro. Além do diploma ainda podem levar um portátil a 150 euros, para passarem a negociar pela Internet e contribuírem assim para o famigerado Choque Tecnológico.


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O autor deste texto tem todo o respeito por essa gente humilde que tenta apanhar algumas migalhas que sobram dos lautos banquetes bolsistas onde os grandes especuladores fazem fortunas monumentais.
A jocosidade deste artigo dirige-se não a eles, mas à fraude e demagogia das Novas Oportunidades de José Sócrates que quer dar a todos os portugueses um diploma que vale tanto como o que lhe saiu no pacote da farinha amparo da Universidade Independente: NADA..
Acrescento que se me parte o coração com a multiplicação de certas recomendações de compra que estão a ser feitas ultimamente e a publicitação de targets completamente irrealistas de casas financeiras que apenas pretendem despachar incómodos papéis para as mãos de infelizes como estes, servindo-se dos jornais económicos para enganar impunemente os incautos.






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