Espiritualmente estaremos lá, em Belém!
E daqui recordamos que o Aborto Ortográfico começou a ser gerado com Cavaco Silva e está para sair à luz da institucionalização juridificante por José Sócrates, duas personalidades a quem a cultura portuguesa muito deve: um que não enxerga nada além de uns números que estudou nuns manuais de economia; outro que, descontados uns parcos conhecimentos de engenharia civil, que pouco mais dão do que para fazer umas barracas e uns currais de porcos, é um ignorante sobre tudo o que respeite à literatura ou à linguística.
Nem um nem outro se preocuparam em consultar quem sabia do assunto, sobre o qual um grupelho de iluminados escolhido por Cavaco Silva decidiu autocraticamente fazer um acordo apressado durante umas férias no Brasil.
Cavaco Silva e José Sócrates podem escrever como quiserem. Podem até nem escrever e limitarem-se a ter uns escrevinhadores para os seus discursos.
Daqui, fazemos votos para que, aqueles que usam a língua como um instrumento de expressão do pensamento, alicerçado numa história milenar, fiel às suas raízes latinas, que não se adquiriu numa loja dos trezentos para uso descartável, usem todos os meios possíveis para que a utilização do Aborto Ortográfico se restrinja ao bando de politiqueiros ignorantes que o quer impor a todos os outros portugueses.
Se a esmagadora dos escritores e professores portugueses se recusar a usar o Aborto Ortográfico, teremos um problema sem precedentes na história da nossa cultura quase milenar. Como será se se avançar para a desobediência civil contra este ultraje à nossa identidade cultural?
Pelo menos a mim ninguém me obrigará a usar esta monstruosidade cultural socratino-cavaquiana.
Manifesto contra o acordo ortográfico30.05.2008 - 12h46 LusaUm dossier com pareceres "de índole fundamentalmente linguística", alguns dos quais inéditos, vai ser entregue segunda-feira ao Presidente da República por signatários do Manifesto em defesa da Língua Portuguesa contra o Acordo Ortográfico.
A entrega será feita por um grupo constituído por Vasco Graça Moura, Jorge Morais Barbosa, Maria Alzira Seixo e António Emiliano. A diligência ocorre precisamente um mês depois da elaboração do Manifesto.
Em declarações,Vasco Graça Moura precisou que, entre os pareceres, figuram os elaborados pela Comissão Nacional da Língua Portuguesa (CNALP), entretanto extinta, e pela Associação de Professores de Linguística e um inédito de António Emiliano, que descreveu como "a análise mais profunda que já se fez sobre o Acordo Ortográfico e a sua memória explicativa".
Rememorando as diligências até agora efectuadas pelos subscritores do Manifesto - cerca de 45.000 - o escritor e deputado chamou a atenção para o facto de "nenhum dos pareceres negativos" emitidos sobre o Acordo ter sido "ponderado pelas autoridades". Ultrapassado há muito o número de 4000 assinaturas necessário para que o Manifesto seja discutido na Assembleia da República, os peticionários apresentaram já neste órgão de soberania um pedido formal nesse sentido.
"O nosso Manifesto terá de ser analisado e discutido na Assembleia", vincou Graça Moura, esclarecendo que outras acções, designadamente "junto do governo", se seguirão para fazer valer as razões da oposição ao Manifesto.
Começando por ser uma iniciativa de 19 personalidades da cultura, política e economia, o Manifesto conta hoje com o apoio expresso de aproximadamente 45.000 pessoas. Pretende-se com ele "contribuir com um poderoso movimento de reflexão, apoiado pela opinião pública, sobre os defeitos do Acordo Ortográfico e a necessidade de o bloquear".
Os signatários denunciam no texto do Acordo "inúmeras imprecisões, erros e ambiguidades", lamentam que "pareceres científicos e técnicos" como, por exemplo, o de Óscar Lopes, não tivessem sido tomados em consideração e que se avance "atabalhoadamente sem consultar escritores, cientistas, historiadores e organizações de criação cultural e investigação científica".
O Acordo Ortográfico, que visa unificar a escrita do português, foi alcançado em finais de 1990 e deveria ter entrado em vigor em 1994.
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