segunda-feira, 23 de junho de 2008

Estrumeira


O sr. Pinto de Sousa não é apenas especialista em construir uma casa de habitação em cima de uma curral de vacas.

A última especialidade desta medíocre criatura é construir o futuro dos estudantes portugueses em cima da estrumeira do facilitismo e da ignorância.


Os pareceres da Sociedade Portuguesa de Matemática são bastante claros sobre a categoria da corja socratina, para quem tudo vale em troca de propaganda, incluindo destruir as escolas portuguesas e transformar os estudantes portugueses num bando de ignorantes: afinal o modelo socratino.


Parecer da Sociedade Portuguesa de Matemática
sobre o Exame Nacional de Matemática A
Prova 635, 1ª Fase – 2008

(...) A prova comporta um grande número de questões de resposta imediata e elementar, não aferindo conhecimentos matemáticos importantes (Grupo I 3, 4, 7, 8; Grupo II 3, 5) o que perfaz um total de 5 valores. Confirma-se a tendência já patente no exame nacional do 9º ano da semana passada, em propor exercícios que correspondem aos primeiros exemplos usados para introduzir as noções.
Por outro lado, no que diz respeito ao capítulo da trigonometria, apenas aparece numa questão um limite notável elementar, envolvendo a função seno, o que fica muito aquém do indicado e exigido no programa do décimo segundo ano.
A questão 3 do Grupo II, poderia ser abordada numa aula do nono ano e resolvida por considerações de simples bom senso.
A questão 5 do Grupo II pouco ou nada avalia em termos matemáticos. Testa apenas a destreza no uso da calculadora.
O grau de dificuldade deste exame é inferior ao do ano passado. O padrão utilizado pelo G.A.V.E. para avaliar o desempenho dos alunos não permite distinguir aqueles que efectivamente trabalham dos que pouco trabalham, e não ajuda os professores a incentivarem os alunos a aprofundar os seus conhecimentos.
A SPM alerta também que modelos de avaliação deste tipo podem confundir tanto os alunos como os professores no futuro, quer nas metas a atingir quer nos meios a utilizar. É por isso importante que se adoptem modelos de avaliação que efectivamente reconheçam o esforço, que constituam um desafio para os alunos e que
ajudem a identificar e ultrapassar as fragilidades dos seus conhecimentos de matemática.


Parecer da Sociedade Portuguesa de Matemática
sobre o Exame Nacional de Matemática B
Prova 735, 1ª Fase – 2008

(...) O teste peca, no entanto, por omitir completamente conteúdos programáticos importantes, como a Estatística, a Geometria Analítica ou a Programação Linear e por
ser excessivamente fácil: se as questões dos três primeiros grupos, embora muito acessíveis, não se podem considerar demasiado fáceis para o Ensino Secundário, o mesmo não sucede com o resto da prova. Assim, o grupo 4 (com a cotação de 20 pontos!) está perfeitamente ao alcance de um aluno do 7º ano de escolaridade e o grupo 6 pode ser facilmente resolvido a nível de 9º ano.
Quanto ao grupo 5, apenas testa a capacidade de utilização da calculadora, sem qualquer apelo a conceitos matemáticos. O carácter elementar da prova é acentuado por algumas indicações excessivamente pormenorizadas, como as etapas de resolução indicadas para o grupo 5. O teste falha também no aspecto do cálculo algébrico, que está praticamente ausente da prova.
Outro aspecto que nos merece reparos é a cotação da prova:
não se percebe, por exemplo, como é que questões relativamente elaboradas, como 3.1 têm a mesma cotação (20 pontos) que perguntas triviais, como o grupo 4. (...)
Nos anos anteriores, os exames de Matemática B tinham um grau de dificuldade relativamente elevado, talvez até mesmo excessivo se atendermos às características dos alunos que frequentam a disciplina; neste ano, passou-se para o extremo oposto, fazendo-se uma prova demasiado fácil, que não premeia o esforço desenvolvido ao longo do ano por professores e alunos.

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