domingo, 30 de março de 2008

O «erro de casting»


A dimensão do desespero do poder socratino pode medir-se claramente tanto pelo número de artigos ultimamente surgidos nos jornais em desagravo da política educativa de José Sócrates e da sua ministra Maria de Lurdes Rodrigues, como pela estatura dos seus autores.

Os mais inesperados surgiram ontem no Expresso e hoje no Público pela mão de Guilherme Valente, o Director da Gradiva, editora que vários livros publicou em denúncia do famigerado Eduquês.

O autor, por razões que ele próprio conhecerá e que nós só parcialmente vislumbramos, apesar de ser um feroz crítico do Eduquês consegue ver nos acanhados horizontes de Sócrates um projecto de reforma educativa que visaria extirpar esta perniciosa ideologia.

Ao contrário do que Guilherme Valente pensa ou tenta fazer crer, José Sócrates é ele próprio um paradigma deste sistema educativo alicerçado no facilitismo e na obtenção, sem qualquer esforço ou competência, dos mais diversos tipos de diplomas.

Das Novas Oportunidades às licenciaturas à Bolonheza, o sistema educativo português, no estádio final de aperfeiçoamento a que chegou ao fim de três décadas, é a imagem do seu próprio finalizador: José Sócrates

Aflitos com os resultados das sondagens, bem podem propalar que a Ministra da Educações foi traída pelos ideólogos do Eduquês ou até por dois secretários de estado canhestros, e desculparem-se com um alegado «erro de casting».

A política educativa que Maria de Lurdes pôs em prática é exactamente a que José Sócrates idealizou, tanto nos seus objectivos de mera propaganda de sucessos forjados como na estratégia de ataque aos professores para obter o apoio dos pais.

Se houve «erro de casting» foi o do Primeiro-Ministro: uma criatura incompetente e sem nenhuns escrúpulos, tanto na sua vida privada como no exercício da acção governativa!...




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