sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Como se criam empregos...

Sócrates continua a propalar a sua convicção de que até ao fim do mandato conseguirá criar 150.000 postos de trabalho. Escusado será dizer que, habilidosamente, só contabiliza os empregos criados, sem descontar os empregos destruídos entretanto: subtilezas linguísticas como aquelas quando diz que os célebres projectos arquitectónicos são da sua responsabilidade, embora não diga que são da sua autoria.
E é irrelevante que os empregos sejam criados pelas empresas e não pelo Governo...

Eis-nos como se cria um emprego.

São postas a concurso 3 horas lectivas numa escola. Na mesma escola está uma professora com horário incompleto, de 10 horas. Seria melhor para a professora ficar com essas 3 horas. E seria melhor para a escola e para os alunos.
Mas essa professora não pode candidatar-se. E não pode candidatar-se, apenas porque o Governo de Sócrates, entregando essas 3 horas a outra professora, está a criar um novo emprego, mesmo que de apenas 3 horas semanais. Estatisticamente é mais um emprego criado...

Parece uma anedota. Mas é assim que funciona e não é por lapso do Ministério da Educação. Funciona assim porque o objectivo é criar empregos artificiais para a estatística...

Pode parecer incrível como alguém aceita um horário de 3 horas semanais. Gastará mais dinheiro em deslocações do que receberá de ordenado. Mas acalenta a esperança de melhorar a sua posição no próximo concurso, o que pode fazer a diferença entre ter ou não ter emprego nos próximos anos...

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