quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Imagem do Portugal Socratino


Mais valia continuar a fazer casas do que estar a governar o País como está!”

Maria Hermínia, de 70 anos,
Faia, Guarda



A reportagem do Correio da Manhã, sobre as "Casas do Socras", de onde colhemos esta sugestiva afirmação, é uma imagem impressiva do Portugal Socratino, do alheamento da política do homem comum, do descrédito que os políticos suscitam à maioria amorfa da Pátria, do medo que as gentes indefesas têm em falar de um assunto tão nauseabundo que envolve o Primeiro-Ministro, da pobreza intelectual das nossas gentes ainda não arrancadas à brenhas ou às granjas vivendo amarradas a um impiedoso quotidiano em demanda de algum pão para a boca.

Ali, ainda não chegou o propalado choque tecnológico que no resto do País não vai muito além da venda de uns computadores portáteis a professores e a alunos do 10.º Ano, a um custo aparentemente baixo por trás do qual se escondem três anos de prestações mensais de serviço de Internet em banda dita larga, mas de confrangedora lentidão para quem está habituado a ter um serviço por cabo.

Mas já lá chegou o Simplex, pela mão do Sócrates antes de ser o nosso Sócrates, quando se contornavam impedimentos legais com assinaturas de favor alegadamente feitas por um então jovem projectista benemérito, de quem uns nunca tinham ouvido falar ou de quem outros não querem agora falar, seja pelo seu obscuro passado, seja pelo seu nefasto e autocrático presente...




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