sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Uma voz no silêncio...



Quantas vezes o silêncio não é mais ensurdecedor do que uma tempestade. Seja porque no lamaçal da corrupção e do tráfico de influências chafurdam elementos de todos os partidos, seja porque o poder socratino é retaliador e o engenheiro José de Sousa colocou ao seu serviço pessoal e do PS os serviços de informação que apenas deveriam servir o Estado, certo é que este silêncio é demasiado ensurdecedor e intolerável. Ainda assim, «há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não», quaisquer que seja as suas razões.
Manuel Alegre não se revê neste PS. E certamente os Portugueses não se revêem nesta Assembleia da República onde em vez do Povo mandam os partidos e os grupos de interesses que os suportam e engendram.

Guilherme Silva lembra questão levantada pelo PÚBLICO
Deputado do PSD pede que Sócrates dê explicações sobre subsídio de exclusividade
08.02.2008 - 17h07 Lusa, PÚBLICO
O deputado do PSD Guilherme Silva quebrou hoje o silêncio partidário sobre a polémica com o subsídio de exclusividade do ex-deputado José Sócrates, nos anos 90, defendendo que o primeiro-ministro deve explicações à Assembleia da República.

Guilherme Silva afirmou que “o ideal” era o primeiro-ministro ir dar explicações à Comissão da Ética, da Assembleia da República, embora admita que o faça por escrito, dado que “há uma situação nebulosa” quanto ao subsídio de exclusividade que recebeu enquanto deputado.

“Se eu sou deputado e também tenho um escritório aberto e não entra nenhum cliente, azar o meu. Não vou é dizer à Assembleia que quero um subsídio de exclusividade”, argumentou Guilherme Silva, que falou em nome pessoal, sem que tal vincule o PSD.

O PÚBLICO noticiou no sábado passado que José Sócrates acumulou actividades profissionais no sector privado, entre finais de 1988 e princípios de 1992, com as funções de deputado do PS, que exercia em regime de exclusividade.

As explicações dadas pelo actual chefe do Governo e secretário-geral do PS são, para Guilherme Silva, “insuficientes”.

Partidos em silêncio

Na resposta ao PÚBLICO, Sócrates garantiu que, após ser eleito deputado, a sua “actividade privada tornou-se, naturalmente, muito residual, resumindo-se à intervenção pontual em pequenos projectos a pedido de amigos, sem remuneração”.

O primeiro-ministro adiantava que, além de ter declarado todos os rendimentos – de “acerto final de contas”, em 1989, após ter cessado a colaboração com a empresa Sebastião Santos Goulão – na declaração fiscal, comunicou também aos serviços da assembleia esse montante, “para que não fosse aplicado nesse ano, como não foi, o regime de dedicação exclusiva”.

“A Assembleia da República tem uma Comissão da Ética, era aí que deveria dar explicações. O ideal era ir pessoalmente, mas aí a forma é o menos importante. O importante era dar explicações”, afirmou à Lusa Guilherme Silva.

Na sexta-feira passada, o PÚBLICO noticiou que José Sócrates assinou, enquanto engenheiro civil, entre 1980 e 1990, projectos que não eram seus durante os anos 80, posteriormente aprovados pela Câmara da Guarda. Sócrates desmentiu o PÚBLICO, que acusou de “um ataque pessoal e político” por causa dessa “pretensa notícia”.

Nos dias seguintes, os partidos da oposição – PSD, CDS e Bloco de Esquerda – mantiveram silêncio sobre este caso. O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, garantiu que não iria usar as notícias do Público como “armas de arremesso” contra o primeiro-ministro.



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