terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Diz que foi uma espécie de entrevista

Para um Presidente de Junta de Freguesia das berças, entrevistado numa rádio local por um primo jornalista, José de Sousa não estaria mal. Decora umas ideias gerais em domínios do saber sobre os quais não tem senão uma perfunctória compreensão. Manobra com alguma habilidade recursos de retórica aprendidos nuns livrinhos de bolso. E não lhe sai mal a fronha nas pantalhas das televisões.

Sucede porém que, mesmo sem se perceber como, ele, o engenheiro projectista de moradias em cima de currais de vacas, é o Primeiro-Ministro de um País que já foi cabeça de um Império onde o sol nunca se punha, ou pelo menos é uma espécie de Primeiro-Ministro... de uma espécie de Governo...

Apresentado como o iluminado salvador do lodaçal em que Portugal se transformou, os jornaleiros do regime lembraram-se, à falta de melhor, de transferir a atenção dos portugueses para daqui a uns anos, talvez para esquecerem os paradisíacos dias quotidianos que vivemos, por acaso quando o que preocupa cada vez mais portugueses não é se ele se recandidatará ao cargo que tão honrosamente ocupa, mas é saber quando ele se irá embora...

Ouviram-se coros de críticas contra o propagandismo e a demagogia de Sócrates.

Para nós, perante o total desfazamento entre a realidade e as suas palavras, Sócrates está a deixar de ser um demagogo. Ele começa a acreditar no país que esquizofrenicamente visualisa. O problema dele deixou de ser um problema de mera incapacidade política e técnica para as altas funções que exerce. Começa a tornar-se um caso patológico de incompreensão da realidade nacional... E isso só pode ter um desfecho, se a Constituição da República Portuguesa ainda continua e em vigor!



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