Ministros remodelados não queriam sairOs ex-ministros Correia de Campos e Isabel Pires de Lima não queriam sair do Governo, ao contrário do que foi dito. Campos só pediu a demissão quando percebeu que o primeiro-ministro se preparava para o dispensar, tendo-se antecipado e escrito a carta de renúncia.José Sócrates apanhou de surpresa Correia de Campos e Isabel Pires de Lima com a notícia de que os ia substituir no Executivo.
O ministro da Saúde, aliás, já estava ‘remodelado’ sem o saber, na segunda-feira de manhã, quando visitou, ao lado do Presidente da República, o laboratório português da Labesfal, em Tondela. E quanto à ministra da Cultura, recebeu o telefonema de Sócrates a chamá-la de urgência a S. Bento quando estava no Porto, e com a agenda cheia para esse dia.
De qualquer modo, foi o ex-ministro da Saúde que precipitou os acontecimentos. Tendo sido informado da intenção do primeiro-
-ministro, terá imposto a saída imediata do Executivo, deixando Sócrates irritado e obrigando-o a uma verdadeira ‘corrida contra o tempo’ – tanto na comunicação ao Presidente da República, como nos convites aos novos ministros e, sobretudo, no telefonema a Isabel Pires de Lima, dizendo que fora finalmente aceite o seu pedido para abandonar funções.A ‘pressa’ com que tudo teve de ser feito tornou-se evidente, também, quando se percebeu que a remodelação ia ser feita por etapas e não ia ficar pelos dois ministros e pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais (Amaral Tomaz), em relação a quem era público, há pelo menos um mês, que ia abandonar funções. O próprio primeiro-ministro anunciou, na posse de Ana Jorge e Pinto Ribeiro, que ia haver mais mudanças.
O pré-aviso de Sócrates
A remodelação já andava a ser pensada por Sócrates há muito tempo. A Amaral Tomaz – que manifestara vontade de sair em Agosto –, pediu para esperar pelo fim da Presidência Portuguesa. E, já com o aproximar do final do ano, começou a sondar nomes alternativos para várias pastas, como a das Obras Públicas. Viana Baptista foi um deles. A falta de alternativas com peso político e técnico, porém, foi atrasando a execução do plano de remodelação, fazendo prolongar a ‘agonia’ de Campos diante da crescente contestação pública. O ministro chegou a ter um conselheiro em comunicação no gabinete, nas últimas semanas, depois de ter pedido ajuda nesse matéria ao próprio Sócrates.
Preocupado com a renovação da maioria absoluta em 2009, e sabendo que a Saúde é uma área sensível, o primeiro-ministro já decidira que teria de remodelar.
(Sol, 1/1/2008)
sábado, 2 de fevereiro de 2008
Socratina remodelação
O engenheiro que não faz remodelações na praça pública, que não remodela por pressão de ninguém, que não corta cabeças governamentais por mero tacticismo político, trabalha assim, meticulosamente, planificadamente, curiamente...
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